segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Assim falou a Chave de Fenda...


"Não se trata de ser conservador ou liberal, se trata de dar valor aos parafusos não soltos..."
Gustavo Jardim
Filósofo e Pensador JayCbe Campobelense

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Abaixo o povo brasileiro


Olavo de CarvalhoDiário do Comércio, 24 de agosto de 2009


Confirma-se pela enésima vez aquilo que venho dizendo há anos: a maioria absoluta dos brasileiros, especialmente jovens, é um eleitorado maciçamente conservador desprovido de representação política, de ingresso nos debates intelectuais e de espaço na “grande mídia”. É um povo marginalizado, escorraçado da cena pública por aqueles que prometeram abrir-lhe as portas da democracia e da participação.


Enquanto as próximas eleições anunciam repetir a já tradicional disputa em família entre candidatos de esquerda, mais uma pesquisa, desta vez realizada pela Universidade Federal de Pernambuco, mostra que, entre jovens universitários, 81% discordam da liberação da maconha e 76% são contra o aborto. “É um comportamento de aceitação das leis... a gente vê a religião influenciando muito a vida dos jovens", explica o coordenador da pesquisa, Pierre Lucena, na notinha miúda, quase confidencial, com que O Globo, a contragosto, fornece a seus leitores essa notícia abominável (v. http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1268367-16022,00-OS+JOVENS+ESTAO+MAIS+CONSERVADORES+E+PREOCUPADOS+COM+O+FUTURO.html).

Na Folha de S. Paulo, no Estadão e no Globo, quem quer que pense como esses jovens – ou seja, o eleitorado nacional quase inteiro – é considerado um extremista de direita, indigno de ser ouvido. Nas eleições, nenhum partido ou candidato ousa falar em seu nome. A intelectualidade tagarela refere-se a eles como a uma ralé fundamentalista, degenerada, louca, sifilítica. Qualquer político, jornalista ou intelectual que fale como eles entra imediatamente no rol dos tipos excêntricos e grotescos, se não na dos culpados retroativos pelos “crimes da ditadura”, mesmo se cometidos quanto o coitado tinha três anos de idade.

Nunca o abismo entre a elite falante e a realidade da vida popular foi tão profundo, tão vasto, tão intransponível. Tudo o que o povo ama, os bem-pensantes odeiam; tudo o que ele venera, eles desprezam, tudo o que ele respeita, eles reduzem a objeto de chacota, quando não de denúncia indignada, como se estivessem falando de um risco de saúde pública, de uma ameaça iminente à ordem constitucional, de uma epidemia de crimes e horrores jamais vistos.


Trinta anos atrás eu já sabia que isso ia acontecer. Era o óbvio dos óbvios. Quando uma vanguarda revolucionária professa defender os interesses econômicos do povo mas ao mesmo tempo despreza a sua religião, a sua moral e as suas tradições familiares, é claro que ela não quer fazer o bem a esse povo, mas apenas usar aqueles interesses como chamariz para lhe impor valores que não são os dele, firmemente decidida a atirá-lo à lata de lixo se ele não concordar em remoldar-se à imagem e semelhança de seus novos mentores e patrões. É precisamente isto o que está acontecendo. Jogam ao povo as migalhas do Bolsa-Família, mas, se em troca dessa miséria ele não passa a renegar tudo o que ama e a amar tudo o que odeia, se ele não consente em tornar-se abortista, gayzista, quotista racial, castrochavista, pró-terrorista, defensor das drogas e amante de bandidos, eles o marginalizam, excluem-no da vida pública, e ainda se acreditam merecedores da sua gratidão porque lhe concedem de quatro em quatro anos, democraticamente, generosamente, o direito de votar em partidos que representam o contrário de tudo aquilo em que ele crê.


Pense bem. Se alguém lhe promete algum dinheiro mas não esconde o desprezo que tem pelas suas convicções, pelos seus valores sagrados, por tudo aquilo que você ama e venera, você pode acreditar ele lhe tem alguma amizade sincera, por mínima que seja? Não está na cara que essa é uma amizade aviltante e corruptora, que aceitá-la é jogar a honra e a alma pela janela, é submeter-se a um rito sacrificial abjeto em troca de uma promessa obviamente enganosa? Só um bajulador compulsivo, uma alma de cão, aceitaria essa oferta. Mas as mentes iluminadas que nos governam querem não apenas que o povo a aceite, mas que a aceite abanando a cauda de felicidade.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

AQUI, ALÉM E AGORA


Joubert de Oliveira Sobrinho, pr

Editorial da revista RENOVO, órgão informativo da Igreja Cristã da Família.


A Igreja Cristã da Família, ao longo de sua história, sempre promoveu e assumiu responsabilidades missionárias. Em alguns momentos o fez com intensidade; em outros, lentamente. Nossas experiências foram, em sua maioria, positivas. Cada um dos envolvidos nos projetos em vários estados do Brasil e em outros países pode contar os resultados da empreitada. A obra de Missões aponta para a saúde espiritual da igreja. Uma igreja saudável tem missões como prioridade. Ausência de ações nesta área demonstra imaturidade, fragilidade ou até enfermidade espiritual.


Historicamente constatamos que as maiores ações missionárias ocorrem quando há uma liderança visionária e uma igreja consciente, comprometida e bem informada. Pelo menos foi nesse contexto que eu e minha esposa tivemos nossa maior experiência em missões. Há mais de 20 anos, priorizou-se estabelecer uma igreja forte no nordeste do Brasil, sul do estado do Piauí, na cidade de Avelino Lopes. Em meio a erros e acertos os esforços redundaram em sucesso. Hoje temos quase uma dezena de igrejas na região, levando em consideração os novos pontos de pregação.


Porém, a visão precisa ser constantemente renovada, ampliada, reavaliada. É preciso olhar o que já foi feito e visualizar o que ainda podemos fazer; levar em consideração que nosso trabalho não acabou; nosso chamado continua e vai além. A necessidade é a mesma de vinte anos atrás: Jesus precisa ser pregado e a igreja precisa ser implantada onde há falta dela. Sempre houve e sempre haverá o risco de esfriarmos nossas ações missionárias. Tendemos a nos acomodar e a aplicar a política do "menor trabalho"; ou da espera da "melhor oportunidade" - que nunca chega ou sempre passa.


Hoje a Igreja Cristã da Família é constituída por várias igrejas associadas. Muitas dessas igrejas fruto do trabalho missionário de igrejas mais antigas. Porém, a continuidade do trabalho missionário se faz com igrejas saudáveis que priorizam esta ação como parte de sua razão de existir. Por isso Missões é parte de nossa identidade, configurando um de nossos Pilares. É a igreja local que vai insuflar ânimo, despertar chamados, preparar vocacionados e enviar missionários. Insisto que esse é o trabalho mais elevado de uma igreja. Todos os demais apontam para ele.


Bruce L. Shelley em seu livro História do Cristianismo ao Alcance de Todos (ed.Shedd Publicações) mostra três razões da expansão do cristianismo nos primeiros séculos.

  • Primeiro, os cristãos eram movidos por uma convicção inabalável. Eles estavam conscientes de terem conhecido o Messias e não podiam guardar para si as notícias da salvação. Se necessário fosse dariam a vida para demonstrar essa verdade.
  • Segundo, o evangelho apresentado foi ao encontro das profundas necessidades do coração das pessoas. Isto é, a pregação do evangelho supria e satisfazia.
  • Terceiro, a expressão prática do amor cristão era visível e impactante até para os pagãos que reconheciam dizendo: "Vejam como esses cristãos se amam"(escreveu Tertuliano).
Tenho a impressão que nossa igreja pode fazer muito mais do que tem feito. Você pode avaliar estes três fatores, quer em sua igreja ou em sua própria vida, e concluir se alguma coisa está faltando. Há convicção inabalável da fé? O evangelho pregado ou, melhor, vivido alcança os corações? Há prática de amor cristão genuíno e visível aos incrédulos? Se há sejamos missionários aqui, além e agora.