sexta-feira, 12 de março de 2010

HISTÓRIAS DE OPORTUNIDADES



Joubert de Oliveira Sobrinho

Devocional CRE - 01.03.2010

E (Jesus) quando chegou perto e viu a cidade, chorou sobre ela, dizendo: Ah! se tu conhecesses, ao menos neste dia, o que te poderia trazer a paz! Mas agora isso está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te apertarão de todos os lados, e te derribarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem; e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo da tua visitação. Lc 19.41-44

A origem da palavra

Etimologicamente a palavra oportunidade designava a possibilidade de uma embarcação alcançar o porto. Conta-se que quando o vento era favorável para o barco aportar ouvia-se os gritos: Oportunidade! Oportunidade!

Oportunidade é a ocasião favorável, uma chance, um momento propício para que algo seja feito, dito ou aproveitado. Uma boa oportunidade precisa ser bem aproveitada, pois em alguns casos pode ser a única ocasião ou chance de que algo seja feito. Quem já não perdeu uma boa oportunidade?

Cai, cai balão...

Na minha infância os balões enchiam o céu nas noites frias de outono e inverno. Hoje é proibido soltá-los devido aos incêndios que ocasionam tanto nas cidades quanto nas matas. Mas, contar balões no céu estrelado era parte do universo fantasioso das crianças que sonhavam voar com eles.

Mas minha oportunidade com os balões surgiu quando eu já tinha uns 15 anos. Ao chegar da escola, perto das 23 horas, ao abrir o portão do quintal, notei surpreso que no terreno do vizinho, à esquerda – o muro era baixo e batia na altura do meu peito –, vi um grande balão que descia mansa e vagarosamente, com a tocha quase apagada. Era só pular o muro e pegá-lo. Distava de mim menos de três metros.

Enquanto o balão caia de pé sobre a grama hesitei em pular o muro ao perceber o vizinho na janela olhando também para o balão. Vacilei sobre que decisão tomar: pediria permissão? Pularia em seu quintal e depois pediria desculpas? Titubeei por alguns segundos, travado entre os pensamentos. Enquanto isto, um carro parou em frente às nossas casas, do qual desceram uns três homens que procuravam o balão.

Certamente eles não o teriam visto, pois o mesmo aterrissou atrás de uma garagem. Mas ao me verem congelado com as mãos no muro olhando para o terreno, logo concluíram onde ele estava. Rapidamente pularam o portão do vizinho sem pedir licença e, diante dos meus olhos arregalados e de minha boca semi-aberta, pegaram o balão, apagaram o resto da chama da tocha fumegante, cuidadosamente o dobraram e o levaram embora junto com meus sonhos infantis.

Já se passaram mais de trinta anos desde que isto aconteceu e nunca mais caiu um balão tão perto de mim, ao alcance de minhas mãos. Ao que parece, isto nunca mais se repetirá na minha vida. Terá sido aquela uma oportunidade única?

A oportunidade perdida de Israel

O texto com o qual iniciamos mostra a chance que o povo de Israel deixou escapar em razão de sua cegueira espiritual. Jesus chorou ao falar desta oportunidade única e perdida. O povo de Jerusalém queria a paz com a vinda do Messias. Agora o Messias estava prestes a entrar por suas portas, mas não seria reconhecido. Pior. Seria rejeitado e morto. Além de perder a oportunidade de adquirir paz eterna, Jerusalém em breve se tornaria uma cidade destruída e a nação de Israel espalhada pelo mundo por séculos. E qual a razão disto? Porque Israel não reconheceu o tempo em que Deus veio para salvá-lo. Perdeu a grande oportunidade.

Pregue a tempo e fora de tempo

Andai em sabedoria para com os que estão de fora, usando bem cada oportunidade. Cl 4.5

O apóstolo Paulo absorveu esta prática de não perder a oportunidade que lhe surgisse, principalmente na pregação do evangelho. Quando escreveu a carta a Filemom em defesa do escravo Onésimo, Paulo menciona tê-lo levado a Cristo durante a sua prisão: Fm 10, “... em favor de meu filho Onésimo, que gerei entre algemas...”. Imaginamos que, na prisão, tem-se muito com que se preocupar, mas diante da necessidade espiritual de Onésimo, era mais importante para Paulo levá-lo a Cristo. Ele não perdia a oportunidade de evangelizar ainda que na prisão, sofrendo injustamente.

O cristão deve apresentar Jesus em toda e qualquer situação. Por isto escreveu a Timóteo: eu ordeno a você, com toda a firmeza, o seguinte: por causa da vinda de Cristo e do seu Reino, pregue a mensagem e insista em anunciá-la, seja no tempo certo ou não. Procure convencer, repreenda, anime e ensine com toda a paciência. , 2Tm 4.1.2(LH).

Um jovem que não perdeu a oportunidade

Ron Mehl contou a história de um jovem chamado Roger que não perdeu sua oportunidade. Ele havia acabado de ser dispensado do exército e voltava para casa. Caminhava pela estrada pedindo carona com sua grande mochila. Estendeu o braço para um carro que vinha ao longe para logo imaginar que seria mais um a ignorá-lo, principalmente porque era um carro preto, brilhante, novíssimo e caro. Para sua surpresa ele parou no acostamento e abriu a porta. Era um senhor de cabelos grisalhos que aparentava saúde e energia. Roger colocou sua mochila no banco de trás para logo notar que era de couro.

O Sr. Hannover com simpatia logo se apresentou a Roger e iniciou a conversa que se tornou espontânea com muitas histórias de ambos os lados. Enquanto os quilômetros eram vencidos, Roger, qu era cristão, sentiu vontade de falar de Jesus para o Sr. Hannover. Mas logo afastou a ideia por considerar que um homem abastado como ele não teria necessidades e não se interessaria por assuntos espirituais.

Depois de algum tempo, já estava chegando a cidade onde Roger desceria, novamente apertou no peito o desejo de falar de Jesus àquele homem. Desta vez Roger cedeu. Começou a falar de Jesus ao Sr. Hannover que se calou para ouvir. Enquanto falava de textos bíblicos Roger considerava que o homem não estava gostando da conversa. Mas ele foi até o fim a ponto de fazer a pergunta: - O senhor não gostaria de orar e entregar sua vida a Jesus hoje?

O Sr. Hannover desviou o carro para o acostamento e Roger imaginou-se chutado para fora do carro em meio aos berros. Mas não foi isto o que aconteceu em seguida. Para seu espanto o Sr, Hannover baixou a cabeça próximo ao volante e começou a chorar intensamente com as mãos no rosto. Assim que se recompôs disse:

- Eu quero fazer esta oração. Assim Roger falava e ele repetia em meio ás lágrimas. Ao final da oração o Sr. Hannover disse enquanto retornava à estrada: - Foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida! Minutos depois chegaram à cidade de Roger. Ao se despedirem o Sr. Hannover deu-lhe seu cartão insistindo que o procurasse em sua empresa quando fosse à Chicago.

Cinco anos se passaram. Roger abriu sua empresa, casou e teve um filho. Finalmente deveria ir à Chicago tratar de negócios e lembrou-se do Sr. Hannover. Pegou o cartão e partiu. Após suas compras e contatos resolveu procurar a avenida mencionada no cartão. Logo ficou surpreso: o endereço era de uma empresa enorme instalada em um edifício imponente, todo de vidro. Apresentou-se à recepcionista como um velho amigo do Sr. Hannover. A jovem, após uns telefonemas informou que não seria possível falar com o Sr. Hannover, mas que sua esposa o atenderia.

Um tanto desapontado subiu pelo elevador perguntando-se o que haveria de falar com a esposa desconhecida de um homem que lhe concedeu uma carona. Entrou na sala bem decorada e por detrás de uma grande mesa de carvalho estava uma senhora de mais de cinqüenta anos que se levantou para recebê-lo. Ela logo foi lhe perguntando: - Como vai? O senhor disse ser um velho amigo, de onde conhece meu marido?

- Ele me deu carona há cinco anos atrás, quando eu fui dispensado do exército, conversamos muito durante a viagem e ele me deu seu cartão insistindo que o procurasse quando viesse a Chicago.

Ela interessada nos detalhes do que lhe dizia perguntou:

- Há cinco anos atrás... Você se lembra a data exata em que isto aconteceu?

- Sim, 07 de maio. Jamais me esqueceria do dia em que fui dispensado do exército! Ela, demonstrando-se mais interessada se aproximou de mim perguntando:

- E o que aconteceu nesta viagem? O que vocês conversaram? Roger desconfiou da pergunta. Onde ela queria chegar? Teriam eles se divorciado ou buscava ela alguma informação que pudesse ser-lhe útil? Deveria contar-lhe que o Sr. Hannover recebeu a Cristo? Era algo muito pessoal. Sentiu que deveria contar-lhe tudo:

- Naquela viagem, sra. Hannover, seu marido aceitou a Jesus e entregou-lhe a sua vida em oração. Ele chorou muito ao fazer isto e disse que era a melhor coisa que havia feito na vida.

Aquela mulher mudou o semblante e começou a chorar compulsivamente. Sem entender Roger preocupou-se: teria dito algo errado? A sra. Hannover demorou a se recompor. Assim que conseguiu se controlar começou a explicar:

- Sr. Roger, fui criada em um lar cristão, mas meu marido não. Orei pela salvação dele durante muitos anos e acreditava que Deus o salvaria. Mas, logo após você ter descido do carro, no dia 07 de maio, ele morreu vítima de uma violenta colisão frontal. Não voltou para casa. Pensei que Deus não tivesse cumprido sua promessa. Faz cinco anos que parei de viver para o Senhor, porque o culpava por Ele não ter cumprido sua palavra.

Nossas oportunidades

Nem Paulo nem Roger perderam a oportunidade de levar seus próximos a Jesus. Para alguns essa oportunidade pode ser única. Você tem aproveitado as suas oportunidades de apresentar Jesus às pessoas?

Há três coisas na vida que nunca voltam atrás:

a flecha lançada,

a palavra pronunciada e

a oportunidade perdida.

Provérbio chinês

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