sábado, 30 de outubro de 2010

A integridade é como uma cidade sobre um monte



A integridade é como uma cidade sobre um monte
Dn 6.1-16


Joubert de O. Sobº
Devocional CRE – 25.10.10

Integridade é retidão, honradez, pureza intacta. Aquele que é íntegro tem comportamento exemplar; procura fazer o que é correto em todas as áreas da vida; faz o que é certo ainda que sofra castigo. Daniel era um homem íntegro. Foi jogado na cova dos leões não porque tinha feito algo errado, mas porque fizera o que era correto! Bem, o mundo é assim. Embora o certo mereça recompensa e o errado castigo, nem sempre é o bom senso que impera.

O rei Dario pensou numa nova maneira de administrar seu reino: ele nomearia 120 presidentes e, sobre eles, três príncipes a quem os presidentes dessem conta. Isto o preservaria de sofrer desgastes, danos e perdas. No entanto, aos olhos do rei, Daniel se distinguia dentre os três porque possuía um espírito excelente. Tanto que pensou colocá-lo acima dos três príncipes. Este fato trouxe a imediata inveja dos demais. Daniel tinha mais de 80 anos quando este fato ocorreu.

Motivados pela inveja puseram os olhos sobre Daniel na intenção de pegá-lo em algum erro. No entanto, Daniel tinha a sua integridade visível a todos e eles tiveram que atestar se aquilo que viam era mesmo real. Vejamos as constatações dos que estavam ao redor de Daniel:

1.      O espírito excelente

Então, o mesmo Daniel se distinguiu desses príncipes e presidentes, porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino. Dn 6.3

A palavra excelente também significa extraordinário. O espírito de Daniel tinha algo mais que o colocava acima de todos os outros. Isto já tinha sido notado antes, Dn 5.10-12; a rainha notificou a Belsazar do espírito excelente de Daniel capaz de desvendar as letras escritas na parede. De onde vinha este espírito excelente de Daniel? Da sabedoria divina que habitava seu coração. Desde criança era temente ao Senhor e, o temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, Sl 111.10; Pv 9.10. Deus lhe capacitou com o dom de entender visões e sonhos, Dn 1.17, Ora, a esses quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda visão e sonhos.

Hoje é o Espírito Santo habitando em nosso interior, Rm 8.9-16, que pode tornar nosso espírito excelente e a nossa vida extraordinária. Ele pode frutificar em nós o caráter de Jesus, Gl 5.22,25 e nos permitir usar os dons que lhe pertencem, Hb 2.4; 1Co 12.7-11. Os “espíritos excelentes” em Jesus terão destaque onde quer que estejam, quer para receber admiração de reis, quer para ser alvo da inveja dos que sentem ódio e desgosto pelo bem alheio. Estejamos preparados.

2.      Fidelidade no trabalho

Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, Dn 6.4

Os olhos dos invejosos focaram as atividades de Daniel nas coisas do reino, isto é, em seu trabalho. Ser um alto funcionário do reino era uma grande responsabilidade. Certamente ele tinha poder de decisão e influência sobre muitos assuntos, responsabilidade por várias áreas e estruturas fundamentais do reino. Suas ações passaram pelo crivo de quem procura erros com avidez, de quem o media pela régua de especialistas em enganos, embustes e artimanhas. Esse grupo de consultores indesejados teve que atestar que, na rotina de trabalho de Daniel, nada o desabonava.

Se nossa rotina no trabalho passasse por uma “consultoria” destas, com má intenção, disposta a encontrar qualquer coisa que justifique uma reprovação, será que teríamos o mesmo resultado? Na verdade muitos executivos e donos de negócios e empresas procuram por gente fiel e estão dispostos a recompensar muito bem esta confiança, mas o homem fiel, quem o achará? O justo anda na sua integridade (RA), Pv 20.6,7.

É nosso dever trabalhar como se trabalhássemos para Deus, afinal os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males, 1Pe 3.12. Portanto urge que tenhamos uma vida profissional honrada e honesta perante os homens para que não tenham nenhum mal a falar de nós, como diz 1 Pedro 3.16: tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom procedimento em Cristo.

3.      Pureza pessoal

Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel...
e não se achava nele nenhum vício nem culpa, Dn 6.4

Já que não encontraram nada na vida profissional de Daniel, os invejosos voltaram suas lentes (microscópicas e telescópicas) a examinar minuciosamente sua vida íntima, sua prática pessoal. Examinar alguém na intimidade dá trabalho. Não é tão simples. É preciso acompanhar cada passo, cada decisão, cada deslocamento. E tudo discretamente.

Muitas pessoas deveriam estar envolvidas no acompanhamento de Daniel. O que fazia ele em seu tempo de folga? Qual era sua rotina quando ficava em casa? E quando saía, para onde ia? Que lugares ele costumava freqüentar? Teria ele alguma fraqueza sexual? Como era seu relacionamento com os amigos? Teria Daniel algum vício escondido, alguma dependência? Alguma prática dele era excessiva, descontrolada, indecente a ponto de envergonhá-lo, denegrir sua imagem, manchar a sua dignidade perante o rei, caso viesse a público?

Depois de minuciosa investigação e rigorosa observação foram obrigados a constatar que a vida pessoal de Daniel era isenta de impurezas, totalmente verdadeira, irrepreensível e límpida. Ele não escondia nada de ninguém.

Alguém já disse que o que somos realmente, é demonstrado no que fazemos quando estamos sozinhos. Temos práticas pessoais que seriam reprováveis se expostas aos nossos parentes e amigos? Escondemos alguma coisa? Sabemos que diante de Deus não há como esconder nada, Sl 139.8-13. E se tivermos algo vergonhoso em nossa vida que nos reprovaria? Temos saída: Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. 1Jo 1.9.

O sacrifico de Jesus nos proporciona purificação de nossos pecados se andarmos em comunhão, 1Jo 1.7, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Obedecendo a Palavra de Deus nossa alma é purificada, 1Pe 1.22; Ef 5.26. A finalidade de Deus ao nos salvar é que seu amor habite num coração puro, com uma boa consciência e fé sincera e verdadeira, Ora, o fim do mandamento é a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida, 1Tm 1.5. Portanto, podemos ter uma vida pura diante de Deus, a ponto de ser reconhecida diante dos homens, como Daniel teve.

4.      Constante comunhão com Deus

Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer. Dn 6.10

Já que não encontraram nada em sua vida profissional que pudesse infamá-lo, nem em sua vida particular que pudesse manchá-lo, resolveram criar uma lei que ele não poderia deixar de transgredir. Para eles ficou evidente que ele tinha uma forte devoção para com Deus, e este relacionamento era de suma importância para sua vida. Contrariar esta prática era a única oportunidade deles: Então, estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus, Dn 6.5. Talvez eles tenham até pesquisado a Lei de Moisés a fim de saber os mandamentos a que Daniel se submetia.

Assim, em conspiração contra Daniel, príncipes e presidentes elaboraram um edito real que proibia, por trinta dias, qualquer pessoa fazer qualquer petição a outro deus senão ao rei. A transgressão desta ordem seria punida com o lançamento do transgressor na cova dos leões. O rei aceitou acolher a sugestão de seus subordinados.

Daniel, ao saber do edito, não mudou seu costume, não se desesperou, não reclamou com o rei, não passou a orar escondido. Levou seu caso para o Senhor em oração como era sua prática. Continuou a fazer aquilo que constituía seu hábito: voltou para casa. No andar de cima havia um quarto com janelas que davam para Jerusalém. Daniel abriu as janelas, ajoelhou-se e orou, dando graças ao seu Deus. Ele costumava fazer isso três vezes por dia. Dn 6.10 LH.

O rei Davi já tinha expressado a mesma situação no Salmo 55. Ele sofria com a opressão dos inimigos e muito mais com a traição de quem andava ao seu lado, os amigos íntimos. Davi espera em Deus e declara: v.16,17, Mas eu invocarei a Deus, e o SENHOR me salvará. De tarde, e de manhã, e ao meio-dia, orarei; e clamarei, (o dia hebreu começava de tarde, portanto a ordem das orações mencionam o dia inteiro) e ele ouvirá a minha voz. Daniel, como profundo conhecedor das Escrituras, bem poderia tem se lembrado deste salmo em sua oração após saber do edito real que certamente o condenaria.

A oração precisa tornar-se um hábito. Um hábito se obtém com a prática. Se a prática é má isto se chama vício. Se a prática é boa isto se chama virtude. A oração deve se tornar uma virtude. É um costume que os discípulos devem desenvolver. O quanto antes melhor. Como está sua prática da oração? Costuma separar tempo durante o dia para conversar com o Pai? No momento de crise é esta prática que nos dará equilíbrio e segurança das decisões que deveremos tomar. E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração, 1Pe 4.7; Orai sem cessar, 1Ts 5.17.

A proteção e o juízo de Deus

Fato é que, mesmo contrariando a vontade do rei que percebeu a intenção dos conspiradores, Daniel foi lançado na cova dos leões. Porém o Senhor fechou a boca dos leões que não o tocaram durante toda a noite. Pela manhã o rei o encontrou ileso, o retirou da cova e puniu com o mesmo rigor seus inimigos, lançando-os com seus familiares na mesma cova, onde os leões os despedaçaram. Dn 6.11-28.

Ser íntegro é ser reto em todas as coisas e não somente em parte delas

Charles Swindoll conta, em seu livro Firme Seus Valores, sobre um rapaz que, acompanhado de uma jovem, entrou numa loja de frango frito para comprar algo para comer em seu passeio romântico. Pediu uma caixa grande de frango frito o qual pagou e saiu rapidamente. Ao abrir a caixa na hora de comer notou que em seu interior, ao invés de frango frito, havia muito dinheiro. O gerente da loja pegou todo o dinheiro das vendas do fim de semana e escondeu numa caixa grande de frango frito. Na hora de entregar o pedido entregou a caixa errada.

O jovem admirado imediatamente fechou a caixa, entrou no carro com a jovem e voltou à loja. Mostrou o conteúdo ao gerente que ficou muito espantado. Aliviado, agradeceu, pediu desculpas, deu-lhe uma caixa de frango frito e, quando o jovem fazia menção de sair, pediu:
- Espere. Tenho um amigo que trabalha no jornal da região e eu poderia chamá-lo para contar esta história; você é um exemplo de honestidade; eu poderia tirar uma foto sua....

O jovem negou veementemente. Como o gerente insistia, ele se aproximou e disse em voz baixa:

- Deixa pra lá, esquece. A menina ali no carro não é a minha esposa... E foi saindo enquanto o gerente, um tanto engasgado, tentava processar a informação.

Como pode alguém ser tão honesto com o dinheiro alheio e tão desonesto com a esposa? É assim que muitas vezes somos: justos em algumas coisas e injustos em outras. Deus quer nos fazer íntegros, justos por inteiro, dignos em tudo o que fazemos: 1Pe 1.15, mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver. Vimos que a verdadeira integridade não pode ser ocultada, omitida ou escondida. Somos como a cidade que Jesus mencionou: - Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte, Mt 5.14.

sábado, 23 de outubro de 2010

Receba o Presente e CARPE AETERNITATEM


Receba o Presente e
CARPE AETERNITATEM

Joubert de Oliveira Sobrinho, pr.
Devocional 22.10.10

Era tudo o que eu queria!
Uma vez eu e minha esposa ganhamos de presente um apartamento, frente para praia, em Pitangueiras, no Guarujá. É verdade! Aconteceu assim: eu estava retirando o carro da garagem e a Inez esperava no portão. Um taxi parou e dele desceu uma senhora, uma irmã que freqüentava a igreja. Ela cumprimentou a Inez e, enquanto remexia o fundo da bolsa, foi dizendo: - Trago boas notícias, veja que coisa boa... Não é uma bênção? Ela tirou um molho de chaves, o entregou à Inez e explicou com um grande sorriso na face: - Sabe o meu apartamento do Guarujá? Pois bem, agora pertence a vocês!

A Inez admirada, mas percebendo o “clima”, com raciocínio ligeiro de uma psicóloga versada, respondeu: - Puxa! Muito obrigada, irmã! É uma grande bênção! Mas, acontece que o Joubert não vai poder ir ao apartamento tão cedo. Ele está cuidando da reforma da igreja, como a irmã sabe... E se a irmã ficasse com as chaves e cuidasse do apartamento para nós? Enquanto falava devolveu as chaves para a mão da irmã a tempo de fechá-la apertando-a com as duas mãos.

A senhora concordou imediatamente. Com prazer ela cuidaria do apartamento e nós não precisaríamos nos preocupar. Assim que quiséssemos poderíamos procurá-la. Antes de voltar ao taxi e partir, ela deixou um bilhete para mim. Nele estava escrito a razão dela nos presentear com aquele apartamento: um texto do Antigo Testamento, Números 5.9,10, “Semelhantemente, toda oferta de todas as coisas santificadas dos filhos de Israel, que trouxerem ao sacerdote, será sua. E as coisas santificadas de cada um serão suas; o que alguém der ao sacerdote será seu”.

Porque fomos os felizardos
A distinta senhora era uma fiel irmã em Cristo, elegante, inteligente e de família abastada. Sofria, porém, de um quadro clássico de psicose: esquizofrenia paranóide. Ela traduziu um livro do inglês para o português que explicava detalhadamente o tabernáculo de Moisés. O fato é que, a partir dali, seus delírios passaram a conter elementos bíblicos descritos naquele livro. E a razão dela decidir doar o apartamento do Guarujá para nós foi pelo seguinte acontecimento. Ela havia emprestado o apartamento para as férias de um casal amigo nosso. Como eles não tinham carro, nós os levamos até lá. Antes de sairmos, o casal pediu que orássemos para que tivessem um abençoado descanso naqueles dias. Assim oramos naquele apartamento. A senhora, ao saber disso lembrou-se do texto de Números e considerou que eu, sendo sacerdote, ao orar, estava santificando o apartamento. Isto, de acordo com a Lei de Moisés, interpretada pela mente em delírio psicótico, me tornava o novo proprietário...

O Termo ou Contrato de Doação
Digamos que, em delírio contínuo e extrema insensatez, eu tomasse posse do presente ofertado - à parte a evidente e incapacitante enfermidade da irmã que a torna inapta para decisões desse tipo -, onde o “caldo engrossaria” para o meu lado? Certamente quando a família dela solicitasse o termo ou contrato de doação com a concordância dos demais proprietários.

Conto-lhes este caso verídico como comprovação de que o ato de doar é uma ação de grande responsabilidade. Assim como sem um recibo de compra e venda não se pode passar um bem para o nome do novo proprietário, assim também uma doação. É preciso documentá-la de modo aceitável perante a Lei.

Tanto é que, juridicamente, um dom ou presente é definido por três partes indispensáveis: a) alguém tem de oferecer algo; b) alguém tem de aceitar/receber algo; c) o que aceita algo não paga por isto. Portanto, um presente ou dom é algo oferecido gratuitamente e recebido sem qualquer ideia de pagamento.

O Presente de Deus para Você
A Salvação é descrita na Bíblia como um dom, um presente gratuito de Deus para nós. Diante disto podemos chegar a algumas conclusões:

1.       Jesus é o presente de Deus, o seu dom, ofertado a nós gratuitamente.

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor. Romanos 6.23
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Efésios 2.8,9
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3.16

A finalidade do presente de Deus para nós, Jesus, é nos levar de volta ao pleno relacionamento com Ele. Tudo que nossa alma anseia, nossa mente deseja e nosso espírito tem sede está em Jesus. Ele pagou com a vida e ressuscitou para que nós pudéssemos ter a vida eterna com o Pai que tem por cada um de nós amor incomparável, razão desta oferta gratuita.

2.      Portanto de acordo com a natureza jurídica de um presente, Jesus, o Dom de Deus, precisa ser RECEBIDO.

Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome, João 1.12

Você percebe que no caso da oferta de um presente não existe neutralidade? Quando alguém lhe oferece um presente só há duas escolhas: RECEBER ou REJEITAR. Não há meio termo. Quem não o recebe está automaticamente rejeitando-o.

3.       Devemos aproveitar a oportunidade que temos para RECEBER a Jesus agora, imediatamente. Pode ser que o tempo oportuno de recebê-lo se acabe.

Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação. 2 Coríntios 6.2

Nós não temos domínio sobre nosso futuro. Não governamos sobre nosso tempo de vida. A oportunidade precisa ser aproveitada enquanto se apresenta. Hoje, agora, é o momento certo para decidir pela aceitação do Dom de Deus.

Quando se escolhe rejeitar o Presente
Lembro-me do jovem que numa briga matou um homem e foi condenado à morte. Uma verdadeira multidão da cidade fez uma petição de perdão ao Governador que, em resposta resolveu perdoá-lo e ir pessoalmente entregar ao jovem o documento que anulava a sentença. O Governador era também um clérigo e, com as roupas de sacerdote foi até a prisão. Ao aproximar-se da cela o jovem gritou pelas grades: - Saia daqui! Não quero ouvir mais nada sobre religião. Estou cansado desta inutilidade! - Jovem espere, tenho algo para você; deixe-me falar. – Se você não sair vou chamar o carcereiro! - Tenho boas notícias para você, as melhores possíveis. Você vai permitir que eu lhe conte? – O senhor não ouviu o que eu disse? Se não sair imediatamente vou chamar o carcereiro! – Muito bem. Replicou o Governador que retirou-se triste.

O carcereiro ouviu tudo e disse: - Vejo que você recebeu a visita do Governador! – O quê? Este sacerdote era o Governador? – Sim. E ele trazia no bolso o seu perdão, mas você nem quis ouvi-lo! Arrependido o jovem escreveu uma carta ao Governador pedindo perdão pelo modo como o tratou. O Governador leu a carta, anexou-a ao perdão rejeitado e escreveu nas costas do documento: “Não mais interessado neste caso”.

Antes de ser enforcado o jovem pediu oportunidade de falar à multidão presente: - Digam aos jovens deste país que não estou morrendo pelo crime que cometi. O Governador me perdoou. Estou morrendo porque eu não aceitei o perdão. Eu não quis ouvir o oferecimento do Governador.

Receber o presente é a nossa parte. Nem Deus nos obriga a recebê-lo, embora deseje muito que o aceitemos. Ele respeita nossa escolha. Assim disse John Marshal, Membro da Corte Suprema dos EUA, ao aceitar que um condenado à forca recusasse o perdão que lhe foi oferecido:

“O perdão é um documento cuja validade depende da entrega e esta não é completa sem ser aceita. Pode, portanto, ser rejeitado pela pessoa a quem se destina e, nesse caso, não tem a Corte poder para impô-lo”.

Os quatro passos para receber o Presente de Deus
Para receber a salvação em Jesus Cristo basta que você dê estes quatro passos.

1.    Admita que Deus não tem estado em primeiro lugar em sua vida e peça que Ele perdoe os seus pecados;
2.    Creia que Jesus morreu para pagar pelos seus pecados, que ressuscitou dentre os mortos e está vivo hoje;
3.    Aceite que o Dom da Salvação é de graça, você não precisa pagar por ele;
4.    Convide Jesus Cristo para entrar em seu coração e ser Senhor de sua vida.


Você pode dar estes quatro passos por meio desta simples oração:

Senhor Jesus, obrigado por ter me criado e me amado, mesmo quando eu o ignorava e andava nos meus próprios caminhos.

Eu sei que preciso de ti em minha vida. Lamento muito pelos pecados que eu cometi e peço que tu me perdoes.
Eu te agradeço porque me aceitas como sou e perdoas os meus pecados.

Obrigado por morrer na cruz por mim e vencer a morte.
Senhor Jesus, abro agora a porta da minha vida e te recebo como meu Salvador e Senhor.

Por favor, ajuda-me a conhecê-lo melhor.
Desejo estar dentro do teu plano para mim e ser uma nova pessoa.
Eu recebo o presente da Salvação que o Senhor hoje me dá. Amém.

Agora Carpe Aeternitatem!
Esta oração, na dimensão espiritual, significa a assinatura de um Termo ou Contrato doação, um documento espiritual, de que Deus lhe deu o Presente e você o recebeu. A partir de agora ninguém poderá questionar a veracidade de sua recepção. O presente é seu. Foi recebido gratuitamente.

Grande parte dos valores desta vida é delírio. Desvanecem em mais ou menos tempo. Um pouco parecidos com o apartamento que por alguns segundo possuí no Guarujá.

Ao fazer sinceramente esta oração, o Dom da vida eterna poderá ser desfrutado por você inteiramente desde já. Depois de receber a Jesus seu lema não será mais CARPE DIEM (aproveite o dia), mas sim CARPE AETERNITATEM (aproveite a eternidade). 

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Médicos haviam aconselhado mãe de Susan Boyle a abortá-la


Médicos haviam aconselhado mãe de Susan Boyle a abortá-la

Peter J. Smith - 21 Oct 2010 05:59 AM PDT
EDIMBURGO, Reino Unido, 15 de outubro de 2010 (Notícias Pró-Família) — Susan Boyle, fenômeno internacional da música, revelou numa recente autobiografia que os médicos haviam aconselhado sua mãe a abortá-la, porque achavam que a gravidez era de risco.








Boyle disparou para a fama em abril de 2009 depois de aparecer num programa de televisão da Inglaterra chamado “Britain’s Got Talent”, quando a escocesa de aparência simples chocou as audiências com uma interpretação muito forte de “Sonhei um sonho” da versão musical de “Les Misérables” de Victor Hugo.


Mas Boyle, que tem 49 anos e é natural de Blackburn, uma vila em West Lothian, Escócia, nunca teria sonhado que cantaria em palcos internacionais, se sua mãe tivesse concordado em abortá-la por conselho de médicos.
Em sua autobiografia, “The Woman I Was Born To Be” (A Mulher que Nasci para Ser), Boyle revela que os médicos recomendaram uma “interrupção da gravidez” para Bridget Boyle, que já era mãe de oito filhos, porque temiam complicações físicas.
Boyle revela que sua mãe rejeitou esse conselho como “impensável” já que ela era uma “católica devota”.
Quando Boyle nasceu por parto cesáreo de emergência, os médicos não disseram para sua mãe o costumeiro “Congratulações, Sra. Boyle! Uma bela menina”. Boyle escreveu que os médicos adotaram um modo desdenhoso de ver a vida dela — principalmente quando suspeitaram que ela estivesse sofrendo de danos cerebrais devido à falta de oxigênio.
“Provavelmente, é melhor aceitar o fato de que Susan jamais será alguma coisa”, Boyle recontou os médicos dizendo para sua mãe. “‘Susan jamais virá a ser alguma coisa. Portanto, não espere muito dela’”.
“Tenho certeza de que eles tinham intenções muito boas”, continuou Boyle, “mas não penso que eles deveriam ter dito isso, porque ninguém pode predizer o futuro”.
“O que eles não sabiam era que tenho um pouco de guerreira, e venho me esforçando a minha vida inteira para provar que eles estavam errados”.
Boyle lançou seu primeiro álbum “I Dreamed a Dream” (Sonhei um sonho) em 23 de novembro de 2009, e rapidamente vendeu 9 milhões de CDs em seis semanas, tornando-o o álbum número e mais vendido daquele ano. O Livro Guinness de Recordes Mundiais também reconheceu Boyle como a artista inglesa número 1 com o álbum de estreia que mais vendas teve em pouco tempo.
Em anos recentes, muita gente famosa tem revelado que teve mães que se defrontaram com a escolha de abortar ou dar a luz.



Andrea Bocelli, cantor de opera e música clássica e pop, revelou ao mundo neste ano que os médicos haviam recomendado aborto para sua mãe depois que ela sofreu a experiência de um ataque de apendicite, aumentando a probabilidade de que seu filho nasceria com uma deficiência. Bocelli é completamente cego.
Bocelli disse que esperava que o testemunho de sua corajosa mãe “pudesse animar muitas mães que se acham em situações difíceis naqueles momentos em que a vida é complexa, mas querem salvar a vida de seus bebês”. (Veja aqui a cobertura em inglês)



Nos Estados Unidos, o astro do futebol universitário Tim Tebow (agora zagueiro do time Denver Broncos) revelou que os médicos haviam recomendado aborto para sua mãe depois que ela ficou doente nas Filipinas.
O testemunho de Tebow foi retratado num anúncio televisivo de 30 segundos comprado durante o Super Bowl [campeonato da Liga Nacional de Futebol dos EUA]. De acordo com um estudo, 92.6 milhões de americanos assistiram ao anúncio. Daqueles que se identificaram como apoiadores do aborto, quatro por cento disseram que foram levados a “reconsiderar pessoalmente sua opinião sobre o aborto” depois de assistirem Tebow e sua mãe Pam contarem seu testemunho no anúncio. (Veja a cobertura em português.)
Uma amostra da autobiografia de Boyle “The Woman I Was Born To Be” está disponível em inglês aqui.
Veja a cobertura relacionada de LifeSiteNews.com:
Andrea Bocelli Confirms: He’s Not Merely Anti-Abortion, he’s “For Life” http://www.lifesitenews.com/ldn/2010/jun/10062109.html
Famed Blind Singer Andrea Boccelli Reveals, He Was Almost Aborted http://www.lifesitenews.com/ldn/2010/jun/10060414.html
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Veja também este artigo original em inglês:http://www.lifesitenews.com/ldn/2010/oct/10101512.html
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terça-feira, 19 de outubro de 2010

OS CANSADOS



Os Cansados

Joubert de Oliveira Sobrinho
Abril de 2008
 

O que é o cansaço? É fadiga; tédio; frouxidão; lassidão; esgotamento; fraqueza derivada de trabalho excessivo ou doença. O cansaço é um estado comum de quem está desgastado, estressado por razões profissionais ou emocionais. Enquanto alguns vivem falando o quanto estão cansados, outros estampam o cansaço no rosto sem precisar mencionar. Vários são os fatores que contribuem para o esgotamento das forças num indivíduo. No caso de ministros e líderes, sejam quais forem estes fatores, é preciso atentar que o cansaço contínuo, não reconhecido e devidamente tratado é perigoso.    

Os Perigos do cansaço 

 O cansaço levou Esaú a desprezar sua primogenitura
E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo e estava ele cansado. E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso, se chamou o seu nome Edom. Então, disse Jacó: Vende-me, hoje, a tua primogenitura. E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura? Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó. E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e foi-se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura. Gênesis 25.29-34 
Foi no momento de cansaço que valeu mais a Esaú um prato de comida que os benefícios espirituais que eram seus por direito. 

  O cansaço pôs em risco a vida de Davi na batalha
Tiveram mais os filisteus uma peleja contra Israel; e desceu Davi, e com ele os seus servos, e tanto pelejaram contra os filisteus, que Davi se cansou. E Isbi-Benobe, que era dos filhos dos gigantes, e o peso de cuja lança tinha trezentos siclos de cobre, e que cingia uma espada nova, este intentou ferir Davi. Porém Abisai, filho de Zeruia, o socorreu, e feriu o filisteu, e o matou; então, os homens de Davi lhe juraram, dizendo: Nunca mais sairás conosco à peleja, para que não apagues a lâmpada de Israel. 1Sm 21.15-17
Davi já havia adquirido inúmeras vitórias, já havia vencido o gigante Golias, mas, cansado, não conseguia vencer Isbi-Benobe, outro gigante. Abisai teve que socorrer Davi. Após este evento, os próprios homens de Davi o impediram de pelejar ao lado deles. Quando estamos cansados, nossas vitórias antigas podem não significar nada diante dos novos desafios. 

  O cansaço pôs em risco a vitória de Israel sobre os amalequitas
E fez Josué como Moisés lhe dissera, pelejando contra Amaleque; mas Moisés, Arão e Hur subiram ao cume do outeiro. E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas, quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia. Porém as mãos de Moisés eram pesadas; por isso, tomaram uma pedra e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado, e o outro, do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pôs. Êx 17.10-12
Sem a ajuda de Arão e Hur, provavelmente o cansaço faria com que Moisés abaixasse as mãos. Nenhum ministro sábio entenderá que pode batalhar sozinho. Sempre necessitaremos de alguém que possa ao menos segurar nossos braços erguidos antes que desfaleçamos. Esta ajuda permitirá a obtenção de grandes vitórias para o Reino de Deus. 

  É possível se cansar de fazer o bem
E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Gl 6.9
E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem. 2 Ts 3.13 
Paulo, nestes textos, mostra que podemos vir a desanimar de fazer aquilo que é bom, gracioso, digno de honra e nobre e insiste que haveremos de colher, se não perdermos a esperança. Esta é a provação dos que se encontram no caminho, o ponto crítico dos prestes a desistir, dos que optam por desviar-se da fé, de voltar as costas ao chamado divino. Bem disse o sábio que naturalmente a esperança demorada enfraquece o coração, mas o desejo chegado é árvore de vida. Provérbios 13.12. Mas nós não somos como os demais que não tem esperança, 1 Ts 4:13 

  É possível se cansar de Deus
Contudo, tu não me invocaste a mim, ó Jacó, mas te cansaste de mim, ó Israel. Isaías 43.22
Vemos que não somente indivíduos, mas também nações se cansaram de Deus. A Inglaterra, antes cristã, hoje vê seus antigos templos se tornarem Pubs e boates. Em Paris, 70% da população não crêem em Deus; o restante crê em algum ser superior (não necessariamente em Deus). Hoje, sabe-se que muitos judeus acolheram a idéia da reencarnação negando, assim, as Escrituras Sagradas. Os EUA estão cada vez mais materialistas e humanistas, desprezando os princípios cristãos nos quais a sua nação foi fundada. Eles se cansaram de Deus e de sua Palavra e agora buscam outra base para sustentar suas vidas.

O que traz cansaço a um líder?

  Dar, somente, e não receber
Quem enfraquece que eu também não enfraqueça? 2Co 11.29
De graça recebestes, de graça dai. Mt 10:8
No texto acima Jesus esclarece que é necessário receber para poder dar. Muitos líderes se sentem na obrigação de dar sempre. Infelizmente, parte destes, não sabe ou não busca receber. Sem receber, quer seja de Deus ou da Igreja, chega o tempo de se tornar impossível dar. Por exemplo: o ministro é encarregado de pregar, ensinar a Palavra de Deus ao povo. É preciso que ele tenha conteúdo para poder expor. Conteúdo não se obtém sem recepção, estudo, dedicação, tempo e pensamento. Sem receber de Deus através da oração e estudo metódico da Palavra não se terá para dar. O rebanho carente de alimento logo percebe quando não é adequadamente conduzido a pastos verdejantes, não importando o quanto tenha “comido bem” no passado.
Os ministros dão ouvidos às suas ovelhas. Mas os ministros também necessitam ser ouvidos. Sem ter com quem falar de suas necessidades e vivências, o ministro passa a comprometer a qualidade de sua atenção às ovelhas perdendo a paciência, não se empenhando em buscar em Deus solução para os que o procuram.  
Como vaso que é o ministro precisa receber antes de verter seu conteúdo.

  Não ver fruto de seu trabalho
Retendo a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão, Fp 2.16
E subi por uma revelação e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios e particularmente aos que estavam em estima, para que de maneira alguma não corresse ou não tivesse corrido em vão,Gl 2.2
Nem sempre, veremos o resultado de nossa participação no reino de Deus. Em certos momentos de terrível dor e tribulação teremos que confiar na promessa de que, se formos firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, o nosso trabalho não será inútil ao Senhor. 1Co 15:58 
O Pr. David Wilkerson escreveu a história de um casal que se dedicou a fazer missões numa determinada região da África. Eram recém-casados e partiram ansiosos para o desafio. As coisas não aconteceram como imaginavam. A tribo que pretendiam evangelizar não os recebeu. Tiveram que montar sua cabana fora dela, sobre um morro em frente. Da tribo, somente um menino pequeno vinha brincar perto de sua casa. A jovem aproveitava e contava histórias bíblicas para ele. A jovem engravidou e o marido passou a preocupar-se com a falta de cuidado médico. Nos meses finais da gravidez a jovem passou a ter febre constante. Ela estava com alguma doença tropical. Poucos dias depois que sua filha nasceu, a mãe morreu.
Desesperado e confuso o jovem rompeu com Deus. Com que propósito Deus permitiu que eles viessem ali? Para que ele se tornasse um viúvo sem condições de cuidar de um bebê? Entregou sua filha para a adoção de um outro casal de missionários e partiu para a vida abandonando a fé.
Depois de décadas, a filha, jovem de fé, criada com missionários, conhecia a triste história do pai, mas há muito não o via. Um dia ela foi a um congresso missionário e ouviu um líder africano testemunhar do avivamento que ocorria em sua região. Ao falar da importância do envio de missionários, aquele líder contou que tudo começou quando ele era criança e ouvia histórias da Bíblia de uma mulher missionária que veio morar perto de sua tribo. Aquela mulher estava grávida e que morreu logo após ter uma filha. Ele cresceu e se tornou evangelista daquela região que hoje contava com centenas e centenas de convertidos a Cristo.
A jovem procurou o evangelista, confirmou os dados, e apresentou-se como a menina que nasceu ali perto daquela tribo. A alegria do líder foi intensa. Tão impressionantes eram as notícias que a menina resolveu procurar pelo pai que não via desde a infância. Depois de muito investigar encontrou o pai em estado deplorável: doente, bêbado e deitado num apartamento sujo de uma região popular e muito pobre da cidade. Ela contou ao pai o que aconteceu na tribo à qual tinham dedicado literalmente suas vidas e do fruto de sua dedicação, mesmo em tão pouco tempo. As lágrimas do pai não cessavam. A dor que havia sentido não tinha sido inútil. Ele demorou uma vida para saber e entender isso.

  Não ter reconhecimento de seu trabalho
Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. Romanos 13:7.
Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver. Hebreus 13:7.
Não são poucos os que têm dificuldade de elogiar os outros. Alguns confundem elogio com bajulação de aduladores. Elogiar é enaltecer, exaltar, louvar alguém, aprovar, reconhecer o valor demonstrado no caráter, na ação ou comportamento. O elogio deve ser honesto e sincero. Elogiar alguém desta maneira verdadeira e saudável significa que se é testemunha de suas ações/comportamentos e mais, que se lembra dela e de seus feitos.
O ministro que quer ter seu trabalho reconhecido deve ensinar o rebanho a reconhecer valor uns nos outros. Como pode ensinar isto? Reconhecendo ele mesmo os valores que estão ao seu redor. Todos são valiosos diante de Deus. Só precisamos prestar um pouco de atenção para perceber quantas riquezas estão – às vezes escondidas - em casa pessoa.
Conta-se que um missionário estava para se aposentar. Voltaria do campo missionário para sua terra natal e sua igreja depois de tantos anos de dedicação à obra do Reino de Deus. Mandou avisar a data em que chegaria de viagem. Enquanto o grande navio atravessava o oceano, pensava no que deixou para trás e no que encontraria pela frente.
Quando o navio se aproximou da costa em direção do porto, viu uma grande multidão esperando. Havia faixas, estandartes, fitas e balões coloridos, fogos. Era uma recepção maravilhosa! Como meus irmãos são amorosos! Que surpresa me preparam, pensou ele. Ao entrar no porto entendeu melhor o que acontecia: o Presidente de seu país estava no navio e a recepção era inteira para ele. O missionário teve que esperar o Presidente sair com a sua comitiva, após o que, imediatamente a multidão se desfez. Tudo bem. Ele não era um presidente, mas alguém haveria de recepcioná-lo, pensou.
Fato é que não havia ninguém a aguardá-lo. Ninguém. Isso o frustrou muito. Anos dedicados ao trabalho que poucos se dispõem a enfrentar e, na sua volta, ninguém vem recebê-lo? Entristecido foi para sua casa. Resolveu orar e colocar sua dor diante de Deus. Em meio à oração ouviu o Senhor lhe dizer: “Por que você está triste assim? Você ainda não chegou em casa”. Aquele homem entendeu que um dia teria seu trabalho reconhecido pelo Senhor e isto é o que lhe deveria valer.
Nem sempre teremos nosso trabalho reconhecido pelos homens, portanto não alimentemos expectativas de colher reconhecimento total nesta terra.
Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor. 1 Co 4:5 
...cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus. Rm 2.29

  Rotina – tédio, mesmice, pessimismo – fruto do egoísmo.

  Excesso de responsabilidade
Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. Mateus 11.30
...para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil. Hb 13.17
Geralmente o excesso de responsabilidade se apresenta quando tentamos fazer o que não é o nosso trabalho. Amados, há trabalhos que Deus não nos chamou a fazer. Vejamos alguns:

  Separar o joio do trigo
Inúmeras vezes eu me vi tenso e sofrendo por querer separar o joio do trigo. Ao tentar fazer isso com o máximo de profissionalismo e propriedade, nos especializamos em investigar a vida das ovelhas feito um detetive. Alguns costuram uma rede de informantes fiéis que trazem a toda e qualquer palavra ou conduta que revele as intenções e motivações de cada ovelha do rebanho. Com estas informações alguns planejam ações, impedem trabalhos, pressionam os escalões responsáveis e até produzem sermões praticando aquele esporte em que os pastores se destacam: lançamento de cajado à distância.
Há muitos ministros paranóicos. Isto cansa até esgotar. Vamos pedir perdão a Deus e aos irmãos. Não sabemos quem é o trigo e quem é o joio. Não somos juízes. Paremos de desobedecer a Jesus. Ele disse aos anjos que não deveriam tirar o joio do meio do trigo, mas a gente diz sim à limpeza; Jesus disse que havia risco de arrancar o trigo junto com o joio, mas nós acreditamos que temos a habilidade fina de um neurocirurgião; Jesus ordenou que deixassem crescer juntos, mas nós achamos que é melhor separados; Ele disse que na ceifa, isto é, no fim do mundo os anjos separariam um do outro, mas nós quase produzimos o fim do mundo, ou melhor, o fim da igreja.

  Santificar e purificar a Igreja
Santificar e purificar o Corpo da noiva é um trabalho para o Noivo. É o amor de Jesus pela igreja, sacrificando-se por ela que lhe dá o direito de santificá-la, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, Ef 5.25-27. Por mais que contribuamos, ou sejamos usados por Ele com esse propósito, Ele é quem pode operar isto em sua noiva.
Uma vez um ministro veio reclamar a mim dizendo que estava a ponto de estourar e não sabia mais o que fazer com um jovem que o elegeu para, quase que semanalmente, contar seus fracassos na área da impureza sexual: - Ele não vai vencer isto nunca? Não tenho mais paciência... Da próxima vou falar pra ele não me procurar mais. Eu não agüento mais o mesmo papo! Demorei a fazê-lo entender que este era o nosso papel. Se o jovem o escolheu para abrir o coração era porque confiou nele. Insisti que sempre deveríamos estar disponíveis, pois um dia o Senhor livraria o jovem daquele cativeiro, como de fato o fez. O que seria daquele ministro se Jesus se cansasse de ouvir suas confissões? Depois fiquei pensando o que seria de mim...?

  Desejo de fazer tudo
...do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor. Efésios 4:16 
Pastores centralizadores se cansam com isto. Querem estar presentes em todas as áreas de decisão da igreja, e sem querer, podam a iniciativa dos outros ministros impedindo-os de desenvolverem os ministérios que Deus lhes deu. Está comprovado por pesquisas e estatísticas que um pastor centralizador consegue fazer sua igreja ter 200 a 300 membros, no máximo. É o número que um bom pastor centralizador consegue controlar... Uma vez ouvi de um pastor cuja igreja possuía em 2001, 16.000 membros o seguinte: - Estou aqui no Brasil e deixei minha igreja com 16.000 membros funcionando em meu país. Sabe o que está acontecendo em minha igreja neste momento? Não sabem? Eu também não, absolutamente! Uma coisa eu sei: confio nos líderes que estão trabalhando em seus ministérios neste momento. Paul (Davi) Young Cho teve um colapso dentro do batistério. É que ele fazia questão de batizar os milhares de novos convertidos de sua igreja, um por um. Deus o repreendeu por isso.
Muitas vezes queremos fazer tudo e alegamos zelo pela obra de Deus. Quem sabe se, no fundo, desconfiamos das pessoas que Deus colocou ao nosso redor para nos ajudar, para ser junta, para somar a operação de cada parte, para trazer aumento, crescimento do corpo em amor? Convém pensarmos nisto e reciclarmos nossa identidade como igreja.

  Conciliar as responsabilidades pessoais com as da igreja
...se alguém não sabe governar a sua própria família, como poderá cuidar da Igreja de Deus? 1Tm 3.5
Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Mt 16.26
Se há um lugar que exige toda a sabedoria é neste ambiente. Cuidar da igreja e da família é uma habilidade sine qua non que o ministro precisa aprender e desenvolver. O desequilíbrio irá trazer prejuízo certeiro a ambos os lados. Por falta de equilíbrio há esposas que não querem ouvir falar de igreja, filhos que abandonaram a fé, ovelhas que abandonaram o rebanho, pastores que perderam seus ministérios e caíram em descrédito, etc.
Perder a alma, ou a vida, no texto que Jesus falou acima, também significa a vida de sua família.

Jesus nos convida a descansar

E os apóstolos ajuntaram-se a Jesus e contaram-lhe tudo, tanto o que tinham feito como o que tinham ensinado. E ele disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos que iam, e vinham, e não tinham tempo para comer. E foram sós num barco para um lugar deserto. Mc 6.30-32
Não são poucos os ministros integrais – que recebem seus proventos da igreja - que sentem certa culpa em tirar férias. Outros se gabam de haver tirado férias há tantos anos atrás e, desde então, nunca mais, como se não necessitassem delas. No entanto Jesus, diante da empolgação dos discípulos – e quando estamos empolgados não queremos parar - foi o primeiro a propor que se retirassem para descansar num lugar sossegado, próprio para repouso, para comer bem e sem levar trabalho.
Jesus considerou isto importante, por que? Ele tinha um corpo semelhante ao nosso e ele mesmo ficou cansado, tendo que se assentar junto de uma fonte no calor do meio-dia, Jo 4.6
Mas por que, para muitos de nós, isto é quase que uma “carnalidade”? Eu proponho que obedeçamos ao Senhor Jesus e tomemos cuidado em preservar este espaço de descanso, pois, de acordo com as o texto, a multidão não ajudou, e temo que hoje, se você não resolver obedecer a Jesus com firmeza, ela também não ajude.

Deus nos convida a tirar férias

Salmos 46:10  Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus
A palavra hebraica para aquietai-vos é relaxem, se desocupem, façam silêncio, afrouxem. Phillip Yancey chama a atenção à tradução latina deste texto, onde encontramos parem de lutar. A palavra usada foi VACATE, de onde vieram as palavras vacaciones e vacation (férias em espanhol e inglês). Enfim, Deus está dizendo: façam uma pausa, parem de fazer tudo o que estão fazendo, tirem férias e saibam que eu sou Deus! Amados, é necessário parar, aquietar, relaxar para conhecer mais e melhor a Deus!
Agora entendo por que as pessoas que fogem de Deus e da sua própria consciência não querem ouvir o silêncio. Elas têm de preencher o ambiente com música ou som estimulante, com rádio ou TV. O silêncio pode levá-las À realidade de suas vidas, portanto, vamos agitar!
Não despreze as suas férias. Tire-as regularmente e com qualidade em obediência à Deus.

Deus que aliviar o seu cansaço

Dá vigor ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os jovens certamente cairão. Mas os que esperam no SENHOR renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão. Is 40.29-31

Jesus pode aliviar seu cansaço

Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Mt 11:28 

O Espírito Santo nos alivia de nosso cansaço

E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita. Rm 8.11
E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas. Romanos 8.26

Palavra de Deus alivia o seu cansaço

Isaías 50.4 - O Senhor JEOVÁ me deu uma língua erudita, para que eu saiba dizer, a seu tempo, uma boa palavra ao que está cansado. Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça como aqueles que aprendem.
Provérbios 25:25  Como água fria para uma alma cansada, assim são as boas-novas de terra remota.
Você é quem decide se vai desistir ou não
Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados, Hb 12.12
...e sofreste e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome e não te cansaste. Apocalipse 2.3
Passei por uma experiência interessante quando fui me alistar no Exército. Depois de uns testes resolveram me indicar para os exames do CPOR. Era o Curso de Preparação para os Oficiais da Reserva. Eu estudaria o equivalente a um curso técnico, ganharia uma ajuda de custo e sairia como 2º Tenente, podendo optar por continuar na carreira militar. Fiquei empolgado. Mas teria que passar pelos testes físicos e escritos.
No teste físico uma das provas era uma corrida onde todos deveriam, dentro de 12 a 16 minutos, dar 12 voltas no campo oficial que havia dentro do quartel. Moleza, pensei, vou começar devagar, deixo todo mundo sair na frente e guardo energia para o final da prova. Mas eu não imaginei no cansaço que iria ter de enfrentar.
A prova começou e eu deveria passar pelo soldado que estava num dos vértices do campo e dizer meu número, o cinco. Uma volta, duas voltas, na terceira volta pensei que não suportaria mais. Comecei a pensar em desistir, mas não queria ser o primeiro. Passei a procurar por alguém que tivesse desistido para que eu desistisse junto, mas teria que ser depois. Ninguém desistia.
Enquanto isto, cada vez que eu passava pelo soldado eu gritava, já sem força na voz: - Cinco!
Perdi a conta das voltas. Pensei que ia cair e morrer de tão cansado. Não queria passar a vergonha de desistir primeiro. Já não sentia as pernas, minha boca e garganta secaram como nunca antes, a respiração ofegante, descompassada e rápida, fora as dores no abdômen.
Não percebi como, mas ao passar pelo soldado e grunhir o número cinco, este gritou bem alto: - Cinco entrega o cartão! Eu não acreditei. Eu era o primeiro. Imediatamente o sargento que aguardava na chegada à metade da pista adiante começou a berrar: - Cinco, você é o primeiro... Deu doze minutos, corre, você está dentro da marca dos doze, aperta...e berrava sem parar querendo que eu chegasse.
Confesso que, estimulado pela surpresa, até que tentei, mas não havia mais nenhuma energia para mudar o ritmo. Terminei a volta, entreguei o cartão e ele ordenou que eu continuasse andando e não parasse ali, para que meu corpo fosse normalizando os batimentos cardíacos e a respiração.
Não conto isso para mostrar que desde a terceira volta eu interiormente era um desistente. Mas o fato de perseverar me fez ultrapassar todos os outros participantes (fato do qual não tenho a mínima lembrança), já que na largada todos saíram na minha frente.
Talvez você tenha começado seu ministério sem imaginar o cansaço que iria ter de enfrentar. Hoje talvez se sinta como eu me senti: surpreendido (a) com o tamanho da prova e com a falta de forças para continuar. Continue correndo. O sobrenatural cabe ao Senhor. Mas tenho boas notícias para você na história vivida por Davi.

Davi e os cansados - 1Sm 30.8-25 
8  Então, consultou Davi ao SENHOR, dizendo: Perseguirei eu a esta tropa? Alcançá-la-ei? E o SENHOR lhe disse: Persegue-a, porque, decerto, a alcançarás e tudo libertarás.
9  Partiu, pois, Davi, ele e os seiscentos homens que com ele se achavam, e chegaram ao ribeiro de Besor, onde os que ficaram atrás pararam.
10  E seguiu-os Davi, ele e os quatrocentos homens, pois que duzentos homens ficaram atrás, por não poderem, de cansados que estavam, passar o ribeiro de Besor.
21  E, chegando Davi aos duzentos homens que, de cansados que estavam, não puderam seguir a Davi e que deixaram ficar no ribeiro de Besor, estes saíram ao encontro de Davi e do povo que com ele vinha; e, chegando-se Davi ao povo, os saudou em paz.
22  Então, todos os maus e filhos de Belial, dentre os homens que tinham ido com Davi, responderam e disseram: Visto que não foram conosco, não lhes daremos do despojo que libertamos; mas que leve cada um sua mulher e seus filhos e se vá.
23  Porém Davi disse: Não fareis assim, irmãos meus, com o que nos deu o SENHOR, que nos guardou e entregou a tropa que contra nós vinha nas nossas mãos.
24  E quem em tal vos daria ouvidos? Porque qual é a parte dos que desceram à peleja, tal também será a parte dos que ficaram com a bagagem; igualmente repartirão.
25  O que assim foi desde aquele dia em diante, porquanto o pôs por estatuto e direito em Israel, até ao dia de hoje.

Veja o que aprendi desta história:

  Os cansados têm o mesmo direito ao prêmio da vitória que os que se esforçaram na batalha.
  Os maus e filhos de belial é que não querem repartir o prêmio com os cansados.
  Os maus e filhos de belial são chamados por Davi de ‘irmãos meus’, prefigurando a graça.
  É o Senhor, e não a nossa força, quem nos dá a vitória nas batalhas.
  Os cansados não são inúteis; eles podem guardar as bagagens dos que estão na frente de batalha.
  O cansaço é um estado que, com o devido tratamento, passará.
  Os cansados não podem ser desprezados.
Se hoje você está cansado, descanse. Ainda que guardando as bagagens dos que estão na linha de frente. Amanhã você estará na guerra e algum cansado guardará sua bagagem.
Se alguém está cansado ao seu lado não o (a) despreze. Espere. Partilhe com eles as suas vitórias. Eles podem vir a ser excelentes guerreiros amanhã. Não seja mau. Não é assim que Jesus faz conosco? Chegamos a Ele em derrota, abatidos, cansados e Ele nos dá de suas riquezas, fruto de suas conquistas com o preço de Sua vida.
Porque a alegria do SENHOR é a vossa força. Ne 8.10.