segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A erva daninha e a boa planta




Joubert de Oliveira Sobrinho
Devocional CRE de 01.08.11

“Brilhantes” ideias malignas

Na semana passada tomei conhecimento de que alguns jovens tiveram uma ”ideia” que eles devem ter considerado “brilhante”:  molharam um cãozinho com alguma sustância inflamável, colocaram fogo e o filmaram até morrer. Depois colocaram o filme na Internet. Eu não quis ver essas imagens porque entendo que atos como estes denigrem o ser humano e rebaixa a humanidade à barbárie criminosa. Sabemos que é crime maltratar animais, mas o que dizer de um comportamento como este? Refiro-me à desgraçada “ideia” que alguém teve, considerando-a “genial” e, ao invés de ser impedido pelos que estavam ao redor, pelo contrário, obteve apoio.

Paulo falou sobre os que desprezam o conhecimento de Deus:

E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém... estando cheios de toda iniqüidade... desobedientes ao pai e à mãe... sem afeição natural... sem misericórdia; os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem. Rm 1.28-32

É por isso que Paulo orienta-nos por duas vezes a não nos cansarmos de fazer o bem:

E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Gl 6.9
E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem. 2 Ts 3.13 

Se ele insiste nisso é porque é possível alguém desanimar de fazer o que é bom, gracioso, digno de honra e nobre (este é o significado da palavra bem no grego). Mas é bom que a gente pergunte: Por que podemos nos cansar de fazer o bem?

Por que podemos nos cansar de fazer o bem?

A resposta está na própria natureza. Os agricultores são trabalhadores da terra. Eles sabem que para produzir grandes colheitas é preciso muito trabalho: arar da terra, limpar, adubar, no tempo certo plantar, regar, esperar crescer para depois colher.

Por outro lado você já viu uma “produtiva plantação de mato”? O mato não exige nada. Ninguém precisa plantá-lo. É só deixá-lo crescer. É chamado de erva daninha, isto é, nociva, má, que causa estragos. É uma praga que atrapalha o bom trabalho dos agricultores que precisam retirá-lo continuamente, senão, pode impedir o crescimento da boa planta.

Assim é o pecado na natureza humana. É como o mato: nasce sem esforço, não precisa plantá-lo, não precisa fazer força, ele está presente no coração humano e se manifesta constantemente frutificando em más ações. Para o mal qualquer pessoa tem ideias que ela considera “geniais”. Os maus pensamentos brotam em suas mentes como se fossem inspirações do inferno a ponto de enojarem a todos os que ouvem.

O bem custa caro. É preciso esforço, perseverança, vitória sobre o desânimo, insistência. E estas atitudes cansam. O importante é não desistir de fazer o bem, porque no devido tempo havemos de colher.

Fazer o bem é uma ideia melhor

Soube de um jovem que, após encontrar-se com amigos no centro da cidade, voltava para a Universidade acompanhado de um de seus professores. Andavam por uma estrada que cujas laterais eram terras aradas, que estavam sendo preparadas para o plantio. Nelas havia alguns trabalhadores que estavam terminando o serviço pela hora da tarde. Estes deixavam seus sapatos na beira da estrada para tornar a calçá-los quando saíssem da terra.

Ao ver um dos pares de sapato o jovem teve uma daquelas “ideias brilhantes”. Propôs ao professor pegar um par de sapatos e escondê-lo e depois ficar atrás das árvores para avaliar a reação do trabalhador. O professor logo o desestimulou de fazer aquilo lembrando que seria um ato de maldade com um homem simples, sofrido e que não seria bom acrescentar-lhe preocupações e aborrecimentos. Porém, resolveu desafiar o aluno a fazer algo melhor, mais inteligente, mais nobre, mais digno de honra, enfim, mais gracioso. Então lembrou o jovem que o trabalhador era pobre e ele, o aluno, era rico. Assim propôs que o jovem coloca-se uma moeda de grande valor em cada sapato do homem. Aí, sim, eles se esconderiam atrás das árvores e veriam a sua reação. O jovem gostou da ideia e, apesar do custo, colocou as moedas nos sapatos e aguardou o trabalhador chegar.

O homem saiu do campo, limpou os pés, pegou um dos sapatos para calçar e viu a moeda. Pegou-a, olhou para estrada como se procurasse por alguém. Depois a guardou no bolso. Ao calçar o outro sapato notou outra moeda. Neste momento o homem a pegou nas mãos, ajoelhou-se e em alta voz orou:

- Senhor, muito obrigado! Saí de casa deixando minha mulher doente e meus filhos sem pão! O Senhor tocou um coração bondoso para que pudesse me suprir. Muito obrigado! Abençoa quem fez isto!

O professor voltou-se para o aluno e perguntou o que ele tinha achado. O jovem reconheceu estar recompensado, feliz e surpreso por ter ajudado ao trabalhador ao invés de ter-lhe gratuitamente causado um aborrecimento. Prometeu a si que pensaria muitas vezes antes de agir de forma a causar prejuízo a alguém, mesmo por brincadeira.

Sabe amados, fazer coisas ruins é muito fácil. Qualquer um pode fazer. A maldade humana é como o mato. As “ideias” brotam na fértil mente pecaminosa. Por outro lado, fazer o bem tem um custo, exige mais energia, esforço, suor. Seja sábio. Não se canse de fazer o bem, porque você vai colher muitos bons frutos de todo o bem que fizer.

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