Herança para um assassino
George Whyte
Joubert de Oliveira
Sobrinho
Devocional CRE de
07.11.11
O que é uma
herança? É aquilo que se herda ou
que se deve herdar; é o legado, o domínio; a posse de algum valor ou bem; a hereditariedade.
É também aquilo que se transmite com o sangue.
Anos
atrás, em São Paulo, uma filha planejou a morte de seus pais. Porém, após o
crime, a polícia descobriu seu plano. Ela e os assassinos foram presos. Depois
de alguns anos, da cadeia, ela resolveu solicitar a herança que seria sua com a
morte dos pais. Mas a Justiça lhe negou o direito, visto que este era um dos
motivos do seu crime. De fato, nosso senso de justiça discorda e não concebe
que um assassino receba qualquer benefício de suas vítimas, muito menos alguma
herança.
Se pensarmos bem, foram os nossos pecados que
estavam sobre Jesus quando ele estava na cruz; foram as nossas culpas que o
fizeram morrer:
Verdadeiramente
ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e
nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido
por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados. Todos nós
andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o
SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
Isaías 53:4-6
Isaías 53:4-6
Mesmo assim, sem que merecêssemos, ele entregou a
vida por nós para nos dar o direito de possuir uma rica e eterna herança:
Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu
Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do
mundo;
George Wythe foi um homem que entendeu bem esta
mensagem de graça e salvação de Jesus. Ele nasceu no condado de Elizabeth em
Virgínia, EUA. Seu pai faleceu quando ele tinha apenas três anos e sua mãe se
responsabilizou pelos seus estudos em casa. Depois de alguns anos sua mãe o
chamou e lhe disse: - George, você já está grande e pode receber de presente
algo que seu pai deixou para você. E levando George à biblioteca do falecido
pai, mostrou-lhe os livros e disse: - A partir de agora você poderá conhecer os
segredos da ciência e as melhores ideias que foram deixadas no mundo. Todos
estes livros são seus.
Naquele tempo os livros eram muito caros, mas George
fez bom uso deles. Passava boa parte do dia lendo-os e adquiriu grande
conhecimento dos clássicos e das obras que seu pai havia colecionado. George
especializou-se nas Leis e se tornou um Advogado, Juiz e Professor de Direito,
inclusive foram seus alunos dois futuros presidentes: Thomas Jefferson e James
Monroe. Para ajudar alunos de Direito que eram carentes, muitas vezes George os
levou para morar em sua casa. Ele foi eleito para a Câmara dos Burgueses,
prefeito de Williamsburg e um dos signatários da Declaração da Independência da
Virgínia, que precedeu a independência dos Estados Unidos.
George passou a opor-se veementemente à escravatura
e libertou todos os seus escravos. Já com idade avançada vivia com dois de seus
ex-escravos, Lydia Broadnax, e um jovem chamado Michael Brown. Wythe gostava tanto
de Michael que ele o nomeou para herdar parte de sua propriedade. Também vivia
com ele seu sobrinho-neto, George Wythe Sweeney. Sweeney, que iria herdar
a maior parte da propriedade, fez dívidas enormes no jogo. Inicialmente,
Sweeney forjou o nome de seu tio em cheques, mas cada vez mais desesperado por
dinheiro, ele despejou veneno no café do tio George Wythe, Michael Brown e
Lydia Broadnax.
Michael morreu
primeiro. Lydia, que sobreviveu, contou para George ter visto o sobrinho
colocando um pó no café deles. Percebendo que não se recuperaria, George mandou
buscar seu testamento e o reescreveu deixando parte de seus bens para Lydia, parte
para alguns netos de sua irmã e legou sua valiosa biblioteca e aparato
filosófico para seu amigo, o Sr. Thomas Jefferson (que posteriormente a doou
para o Congresso americano).
Havia uma
abundância de provas contra Sweeney, mas em Virgínia a lei não permitia que negros
testemunhassem contra brancos no tribunal, de modo que Lydia não foi ouvida e
Sweeney foi absolvido da acusação de assassinato. George Wythe, aos 80
anos, prestes a morrer envenenado pelo próprio sobrinho, a tempo o retirou de
seu testamento, deixando ao assassino algoz uma única e especial herança
declarada nestes termos:
“Ao meu sobrinho-neto, George Wythe Sweeney, deixo unicamente o meu PERDÃO...”
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