segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Não saia da rota prevista


Não saia da rota prevista

Devocional CRE – 01.02.12
Joubert de Oliveira Sobrinho

Veja bem por onde anda, e os seus passos serão seguros. Não se desvie nem para a direita nem para a esquerda; afaste os seus pés da maldade. Provérbios 4:26-27



Viajar de navio parece ser emocionante. Principalmente se o navio é grande e luxuoso, oferecendo variadas opções de lazer e diversão. Este era o caso do navio Costa Concórdia que levaria 3.200 passageiros e 1.100 tripulantes num passeio de uma semana por cidades do Mar Mediterrâneo. Porém, duas horas depois da partida, enquanto a maioria dos passageiros jantava, o capitão da embarcação resolveu tirar o navio de sua rota original para fazer uma manobra chamada “saudação”, passando perto da ilha de Giglio, acendendo todas as lâmpadas e tocando as sirenes.


Ocorre que o comandante imprudentemente desconsiderou as rochas de granito submersas próximo ao litoral. Ao passar por elas um rasgo de 70 metros foi aberto no casco. Em poucos minutos o navio começou a afundar. Para evitar o naufrágio em águas profundas, o comandante aproximou-se da ilha. Ali o navio encalhou em começou a inclinar.



Pessoas em pânico, correria, despreparo, demora em ordenar evacuação do navio trouxeram prejuízos de vidas. Até agora encontraram 17 corpos e 15 estão desaparecidos. O capitão, Francesco Schettino, em prisão domiciliar, está sendo acusado de homicídio múltiplo e de ter abandonado o navio antes da total evacuação dos passageiros e da tripulação.


Vale lembrar onde tudo começou: o capitão resolveu sair da rota original... Ele sabia qual era a rota correta, mas resolveu desviar por conta própria, experimentar “algo novo, diferente”, mas que trouxe morte para muitos.


Estamos sempre diante de escolhas que podem cobrar um alto preço de nossas vidas: fumar um cigarro, experimentar uma bebida, concordar com um comportamento errado, aceitar uma proposta suja, roubar uma pequena coisa de alguém, falar uma pequena mentira, etc. Isto é um desvio do caminho certo. Um desvio que pode ser fatal.



Diferente foi a postura de um outro capitão, experiente, que habitualmente viajava pelos mares do mundo. Alguém perguntou se ele conhecia todos os pontos perigosos existentes nos oceanos emU que ele passava. Com humildade e segurança o capitão respondeu:

-              Conheço apenas o canal em que devo navegar e dele não me afasto.



A Palavra de Deus nos oferece a rota original; ela nos ensina o caminho que devemos escolher e seguir. Se formos obedientes não seremos surpreendidos por armadilhas mortais. Andar em obediência à Palavra de Deus é andar em sua presença:

Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o SENHOR a Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em minha presença e sê perfeito. Gn 17.1

Seguir a Jesus é ter a certeza do caminho:
Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. Jo 14.6

Que seja esta a nossa contínua oração enquanto percorremos o tempo de vida:
Faze-me andar na vereda dos teus mandamentos, porque nela tenho prazer. Sl 119.35.

domingo, 29 de janeiro de 2012

A chocante diminuição dos cristãos nos Estados Unidos


Posted: 28 Jan 2012 11:32 PM PST

A chocante diminuição dos cristãos nos Estados Unidos

Nas décadas recentes, a percentagem de cristãos nos Estados Unidos está diminuindo sem parar, principalmente entre os jovens.
Os Estados Unidos foram fundados principalmente por cristãos que estavam buscando escapar de perseguição religiosa. Para esses primeiros colonizadores do que são hoje os Estados Unidos, a fé cristã era o próprio centro de suas vidas, e influenciou profundamente as leis que eles fizeram e as estruturas governamentais que eles estabeleceram.
No mundo inteiro, o Cristianismo é de longe a maior religião. De acordo com o Pew Forum on Religion & Public Life, há atualmente 2,2 bilhões de cristãos no mundo, de modo que tão cedo o Cristianismo não está em perigo de desaparecer. Aliás, em algumas regiões do globo o Cristianismo está experimentando crescimento explosivo.
Mas nos Estados Unidos, o quadro é diferente. As igrejas estão diminuindo, o ceticismo está aumentando e a apatia acerca de questões espirituais parece estar no apogeu de toda a história americana.
De acordo com Dave Olson, diretor de plantio de igrejas da Igreja Evangélica Covenant, somente 18,7 de todos os americanos frequentam regularmente uma igreja.
Mas o que está acontecendo com a fé dos jovens americanos é ainda mais alarmante.
Grande número de jovens americanos que iam a igreja enquanto estavam crescendo estão hoje abandonando as igrejas completamente. Um recente estudo do Grupo Barna descobriu que aproximadamente 60 por cento de todos os cristãos entre as idades de 15 e 29 anos não têm mais nenhum envolvimento com igrejas.
Esses jovens não só abandonaram a igreja, mas também abandonaram todas as formas de espiritualidade cristã.
Uma pesquisa do LifeWay Christian Resources entre jovens deu os seguintes resultados:
* 65% raramente ou nunca oram com outros e 38% quase nunca oram sozinhos.
* 65% raramente vão a reuniões de adoração.
* 67% não leem a Bíblia ou nenhum texto religioso regularmente.
Mas os jovens não estão rejeitando apenas a igreja.
A realidade é que eles estão também rejeitando os princípios fundamentais da fé cristã.
Uma pesquisa conduzida pelo Grupo Barna revelou que menos que 1 por cento de todos os americanos entre as idades de 18 e 23 têm uma cosmovisão cristã.
O Grupo Barna perguntou aos participantes da pesquisa se eles concordavam com as seguintes seis declarações:
1) Crer que existe uma verdade moral absoluta.
2) Crer que a Bíblia é completamente precisa em todos os princípios que ensina.
3) Crer que Satanás é considerado um ser ou força real, não meramente simbólica.
4) Crer que não dá para uma pessoa ir ao Céu tentando ser boa ou fazendo boas obras.
5) Crer que Jesus Cristo viveu uma vida sem pecado na terra.
6) Crer que Deus é o Criador onisciente e onipotente do mundo e que Ele governa o universo hoje.
Menos de 1 por cento dos participantes concordou com todas essas declarações.
Isso é simplesmente assombroso.
Mas não são apenas os jovens que estão rejeitando os princípios fundamentais da fé cristã.
Números ainda maiores de “evangélicos” estão rejeitando esses princípios.
Uma pesquisa revelou que 52 por cento de todos os evangélicos americanos acreditam que “pelo menos algumas religiões não-cristãs podem levar à vida eterna”.
Outra pesquisa revelou que 29 por cento de todos os evangélicos americanos afirmam que já tiveram contatos com os mortos, 23 por cento acreditam em astrologia e 22 por cento creem em reencarnação.
Sem dúvida, o panorama religioso dos Estados Unidos está mudando.
Nas recentes décadas, a frequência à igreja vem diminuindo sem parar, a percentagem de americanos que se consideram cristãos está caindo e o número de pessoas que têm convicções cristãs conservadoras está despencando.
O que tudo isso significará para o futuro dos Estados Unidos?
Tradução e adaptação: www.juliosevero.com

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

77 anos mais tarde, vítima de estupro volta a ver filha entregue em adoção


Posted: 07 Jan 2012 12:07 AM PST

Mulher revê filha que havia entregado para adoção depois de ser estuprada na adolescência, e acaba descobrindo que seu neto é um astronauta

Como adolescente de fazenda, ela não podia criar sua filha com seus pais, mas providencialmente apareceu um pastor e sua esposa, que adotaram a menina, que mais tarde se casou e teve seis filhos, inclusive um astronauta.

77 anos mais tarde, vítima de estupro volta a ver filha entregue em adoção

SAN CLEMENTE, Califórnia, EUA, 5 de janeiro de 2012 (Notícias Pró-Família) — Quando Minka Disbrow, de 16 anos, deu a luz sua filha Betty Anne em 1929, ela se apaixonou. Não importava para Minka que sua filha havia sido concebida por um estuprador, um homem que, junto com outros, havia atacado violentamente Minka e sua amiga quando elas fizeram uma caminhada durante um piquenique.
Mas as circunstâncias eram tais que não havia esperança de que Minka pudesse ficar com sua filha e lhe dar um vida boa. Durante um mês ela manteve e cuidou de Betty Anne no lar luterano para meninas grávidas, para onde seus pais a haviam enviado, e então a entregou para adoção.
Astronauta Mark Lee, neto de Minka Disbrow

“Eu amei esse bebê tanto. Eu queria o que era melhor”, Minka recentemente disse para a Associated Press.
Minka, que agora tem 100 anos, continuou a manter contato com a agência de adoção, da qual ela recebia atualizações ocasionais sobre sua filha durante anos. Mas quando a agência de adoção mudou de direção, as atualizações cessaram.
Com o passar dos anos, Minka se casou, teve dois filhos, trabalhou em vários empregos e se mudou para várias cidades, finalmente se estabelecendo em San Clemente — mas em todas as mudanças ela nunca se esqueceu de sua filha, especialmente no aniversário do nascimento dela: 22 de maio.
Foi num desses aniversários, 22 de maio de 2006, que Minka espontaneamente fez uma oração, dizendo: “Senhor, se tão somente me permitires ver Betty Jane, eu não a incomodarei, prometo. Tudo o que quero é vê-la antes de morrer”.
Poucos meses depois o telefone de Minka tocou. Para o choque dela, ela se viu conversando com um homem estranho que, depois de lhe fazer várias perguntas sobre a identidade dela, a informou que ele estava com Betty Anne, e que ela queria conversar com sua mãe.
Esse homem era o astronauta Mark Lee, um dos seis filhos de Betty Anne.
“Meus joelhos tremeram”, Minka disse para o jornal Orange County Register sobre o momento em que ela conversou com sua filha pela primeira vez desde a partida chorosa tantas décadas atrás.
Filha e mãe


Acontece que na mesma época em que Minka havia feito sua oração em maio, sua filha, que estava com mais de 70 anos na época, havia começado o processo de procurar sua mãe biológica. Um dos filhos de Betty Anne, Brian, conduziu a pesquisa, obtendo os registros de adoção de sua mãe por meio de uma ordem judicial, e então localizando Minka (que ele achou que muito provavelmente estaria morta, considerando a idade dela) mediante uma simples consulta na internet.
Agora mãe e filha estão próximas, e regularmente se conversam e se visitam.
“Foi como se nunca tivéssemos nos separado”, Minka disse para a Associated Press. “Como se estivéssemos na família a vida inteira”.
O reencontro que era uma improbabilidade começou a receber atenção depois que Minka começou a contar o testemunho para membros de sua igreja e para a sua comunidade. O jornal Orange County Register publicou uma matéria sobre as duas em dezembro, seguida por uma notícia da Associated Press, dando-lhe atenção nacional.
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Traduzido por Julio Severowww.juliosevero.com

Tráfico sexual humano: a moderna escravidão que não foi abolida


Tráfico sexual humano: a moderna escravidão que não foi abolida
Julio Severo
Dezenas de milhares de meninas e moças, especialmente da Europa Oriental e até mesmo da Rússia, são ludibriadas por ofertas de empregos na Europa Ocidental e EUA, onde acabam sendo transformadas em escravas sexuais. A vida delas é tão dura que muitas morrem, se suicidam ou são mortas depois de cinco anos de escravidão. É uma escravidão mortal que sustenta a indústria criminosa da prostituição e pornografia. Desgraçadamente, os EUA e a Europa Ocidental são os consumidores que sustentam a máfia que escraviza as meninas e moças.
Raptadas e escravizadas para prostituição e pornografia
Como é que elas poderiam chamar a polícia, quando autoridades elevadas recebem subornos ou fazem uso da prostituição escrava?
Tenho acompanhado a tragédia da escravidão sexual desde a década de 1980, e confesso que é difícil entender como uma nação como os EUA, que tem tanta tecnologia de “segurança”, abrigue uma grande população de meninas e moças escravas, trazidas de muitos países, para uso de prostituição e pornografia.
Contudo, um grupo de cristãos está fazendo campanhas de oração e conscientização em favor dessas vítimas.
Este artigo é minha colaboração para a abolição da escravidão de meninas e moças. Vamos orar contra a indústria da escravidão e para que muitas igrejas façam desse tema motivo de oração.
Eis agora o artigo, cuja leitura recomendo a todos:

“Nefasto: Mercadores de Almas” desmascara a indústria do tráfico sexual

Jimmy Stewart
Enquanto aguardávamos recentemente num salão lotado para assistir a um novo documentário sobre tráfico sexual, fiquei tentando imaginar como o cineasta cristão Benjamin Nolot apresentaria esse assunto vivido para nós.
Nolot dirige um ministério internacional chamado Exodus Cry (Grito do Êxodo), com sede em Grandview, Missouri, e é parte da equipe de liderança da Casa Internacional de Oração, liderada por Mike Bickle. O propósito do Exodus Cry é abolir a escravidão sexual no mundo inteiro por meio de campanhas de oração e conscientização, resgates sem uso de violência e a reabilitação e reintegração social das vítimas.
Eu sabia, pois, que ele estaria buscando alcançar a audiência mais ampla possível com seu documentário revelador, “Nefarious: Merchant of Souls” (Nefasto: Mercadores de Almas). Para fazer isso com esse tema, ele teria que balancear realidade com discrição. Logo vi que ele conseguiu — realizando essa façanha sem comprometer seu propósito: revelar a realidade horrenda dessa indústria criminosa que está espalhada em várias partes do mundo.
Em 2007 Nolot embarcou em missões de levantamento de dados para investigar o submundo da “indústria” sexual. Ele acabou viajando com sua equipe de filmagem para 19 países. O filme que estávamos para ver fazia um registro das viagens deles.
A maioria de nós que estávamos na noite de pré-estreia do filme na Universidade Full Sail em Orlando, Flórida, era cristã. Fomos a convite de Florida Abolitionist, ONG patrocinadora que faz campanhas contra as modernas formas de escravidão. O pastor local, Tomas J. Lares, disse à audiência que ele fundou a organização depois de ficar sabendo que a Flórida é um dos maiores canais de tráfico humano. O estado da Flórida, pelo que consta, é o segundo maior centro de tráfico humano dos Estados Unidos, de acordo com o Ministério da Justiça dos EUA.
Lares apresentou algumas estatísticas preocupantes sobre a escravidão sexual: no mundo inteiro, 2 milhões de crianças são vítimas; 80 por cento de todas as vítimas são mulheres e crianças; a idade média das vítimas que entram na prostituição comercial nos EUA é 13 anos. O filme de Nolot, porém, acrescentou o lado humano dessas estatísticas, contando os casos de vítimas da vida real.
Durante duas horas, fomos levados a momentos abaladores acerca da indústria mundial do sexo: Europa Oriental, Sudeste da Ásia, Europa Ocidental, EUA. Em todas as filmagens e entrevistas feitas nos próprios locais com meninas resgatadas, especialistas de direitos humanos e outros, o documentário Nefarious iluminou a escuridão que encobre esse comércio ilegal.
De modo particular, descobri duas expressões dessa tão chamada indústria que são profundamente preocupantes pela desgraça e opressão que infligem. Essas são a infraestrutura de tráfico humano na Europa e a cultura de cumplicidade dos pais no Sudeste da Ásia.

Europa: os “pontos de iniciação”

Nefarious inicia com a encenação perturbante de um sequestro em plena luz do dia. Uma moça é agarrada à força na rua de uma cidade de algum lugar da Europa. O local não é citado, mas parece que é na Moldávia, um pequeno país que era satélite da União Soviética, a beira do mar Negro.
A Moldávia está hoje entre os países mais pobres da Europa e é perfeita para empreendimentos ilegais: um lugar de “crime generalizado e atividade econômica criminosa”, de acordo com os relatórios da CIA. Os comerciantes de escravos chamam a Moldávia de “Motor” da indústria do tráfico sexual da Europa. Conforme o filme, mais de 10 por cento da população da Moldávia foram vitimadas pelo tráfico sexual.
A moça é levada a um prédio de apartamentos de propriedade de uma organização criminosa, onde ela fica confinada com outras meninas que tiveram o mesmo destino dela. Os traficantes chamam essas residências de “pontos de iniciação”, e o filme deixa evidente que essas residências são fábricas de desgraça humana. Ali, as moças são tratadas com brutalidade até se transformarem em submissos produtos para a indústria sexual.
Embora o tipo de sequestro que Nefarious retratou realmente ocorra, a maioria das moças vítimas do tráfico sexual da Europa são atraídas e ludibriadas por ofertas de emprego que prometem uma vida melhor. As ofertas incluem trabalho em hotéis, restaurantes ou de babá em cidades prósperas da Europa. Agências de emprego fajutas, estabelecidas pelos traficantes, se encarregam de fazer as ofertas fraudulentas. Os melhores empregos supostamente vão para meninas que irão para o exterior. Mas, em vez de melhoria de vida, elas são raptadas logo que chegam ao outro país e são enviadas para os “pontos de iniciação”.
Vlad (não é o nome real dele) trabalhou como traficante de seres humanos durante 11 anos na Europa. Ele falou diante da câmera e dissecou, para Nolot, o inferno dos pontos de iniciação.
Terror, drogas, ameaças de violência e violência real são usados para subjugar a vontade das vítimas e criar submissão total. Os homens brutais que são encarregados de implementar isso consideram que o estado ideal de submissão é quando eles gritam uma única palavra para as meninas (“Vá”. “Fique”. “Deite-se”. “Levante-se”. “Sente-se”.) e recebem obediência imediata.
Um número muito pequeno de meninas escapa dos pontos de iniciação, disse Vlad, devido à constante monitoração, violência física e por saberem das consequências se tentarem uma fuga. Perguntaram a Vlad o que aconteceria com uma menina que tentasse escapar mais de uma vez.
“Pois bem, quando são pegas, elas são surradas”, disse ele. “Se tentam de novo…” A voz dele se perdeu, insinuando o óbvio.
Perguntaram-lhe: Isso não o incomodava?
“Nas primeiras duas ou três vezes que tive de dar lição numa menina, fiquei pensativo”, respondeu ele. “Depois disso, não pensei mais. A gente acaba se acostumando”.
Perguntaram-lhe: Isso não o incomodava?
“Por que eu pararia de pensar no que acontece com as meninas?” ele respondeu retoricamente. “Parei de pensar por causa de dinheiro — muito dinheiro”.
No final, as meninas enfrentam a triste realidade de passar a vida inteira na prostituição. Pior, algumas são enviadas a leilões de escravas onde são vendidas como propriedade para quem fizer a oferta mais alta. Os compradores chegam de todas as partes do mundo. Uma menina europeia que foi resgatada, cuja face estava escondida ao falar diante da câmera, descreveu as modernas escravas secretas da Europa Oriental que são mantidas presas em prédios fortemente guardados por seguranças e câmeras. Os prédios têm a fachada de desfile de modas.
“Éramos obrigadas a descer a passarela e ficar sem nenhuma roupa diante da audiência”, disse ela. “Os homens que mostravam interesse em comprar chegavam perto e nos examinavam, como se fossemos gado”.
Nefarious contrastou o brutal e secreto comércio sexual da Europa Oriental com o comércio consolidado e praticado publicamente na Holanda, na Europa Ocidental. Na Holanda, os bordéis são um negócio legal regulamentado pelo governo. Amsterdã é famosa como destino internacional para o turismo sexual.
Contudo, a Holanda está também na lista dos principais destinos para onde vão parar as vítimas de tráfico sexual, de acordo com a Agência da ONU de Drogas e Crime. Em anos recentes, negócios de sexo na cidade foram fechados devido a suspeita de atividade criminosa.
Nolot e sua equipe falaram com um fornecedor de prostituição em Amsterdã chamado Slim e lhe perguntaram se seu negócio era financiado pelo crime organizado. Hesitando por um momento, Slim respondeu: “Não, não”.
Vlad discordou. “Esses negócios são todos administrados pela máfia”, afirmou o ex-traficante, usando o termo máfia para designar o “crime organizado” em geral. “Esses negócios envolvem muito dinheiro”.
De acordo como o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, o tráfico humano é a indústria criminosa que mais cresce no mundo e a segunda maior, perdendo apenas para o comércio ilegal de drogas. Vlad disse para Nolot que o tráfico sexual em particular está crescendo muito rápido.
“Diferente das drogas, que podem ser vendidas apenas uma vez”, disse ele, “uma jovem pode ser vendida repetidas vezes”.
Perguntaram-lhe: Mas como é que conseguem fazer isso em escala internacional?
“Sem as máfias, não haveria nenhuma tráfico humano. Tudo isso é por causa do dinheiro”, ele disse para Nolot. “Mas o que também possibilita o tráfico humano é a corrupção dos governos”.
O dinheiro ilícito é tão abundante, explicou ele, que até mesmo autoridades governamentais fazem vista grossa por um preço. Todos os dias ocorrem subornos, afirmou ele, envolvendo autoridades das mais elevadas até as mais inferiores: de líderes nacionais a locais, desde agentes de imigração até funcionários de alfândega, desde agências policiais até policiais nas ruas.
O dinheiro é a chave que abre a porta para a cumplicidade de líderes governamentais, disse ele.

Sudeste da Ásia: Cumplicidade dos Pais

No Sudeste da Ásia, principalmente no Camboja e Tailândia, Nolot e sua equipe descobriram outro tipo de cumplicidade que está ajudando a avançar a indústria do sexo.
Nesta esquina do mundo, as opiniões culturais sobre as mulheres, bem como pobreza generalizada, combinaram para criar um sistema que alimenta a prostituição infantil incentivada pela “cumplicidade dos pais”. A diferença entre esta esquina do mundo e a Europa Oriental é que os pais que vivem em regiões empobrecidas enviam, de forma consciente e deliberada, suas filhas novas para centros urbanos de prostituição para fazer dinheiro para a família.
Em algumas regiões do Sudeste Asiático, meninas se prostituem antes da idade de 10 anos e são usadas na subindústria da pornografia.
De novo, o crime organizado controla a indústria maior. Embora esse fato não seja evidente na vida cultural das vilas rurais, o filme o mostrou em funcionamento nas modernas áreas turísticas das grandes cidades.
Nos destinos turísticos do Sudeste Asiático, clubes de karaokê são os principais pontos de conexão para o turismo sexual. Nolot capturou as cenas desses clubes no filme: grupos de meninas que pareciam estar no início da adolescência até os 20 anos se misturavam com clientes nas calçadas ou barzinhos em frente dos clubes. Muitas das meninas saíam com homens ocidentais brancos de meia idade — alguns dos quais haviam, sem dúvida alguma, viajado milhares de quilômetros para estar num lugar onde pudessem de forma segura comprar meninas menores de idade para fins sexuais.
Dentro dos clubes, a câmera de Nolot capturou as cenas: quartos com decoração moderna em tom lustroso, cores vivas, grandes TVs de tela plana, música ambiente, iluminação suave e energia sexual. Certo clube onde ele filmou tinha 80 quartos desse tipo. Em cada um deles, as meninas se misturavam, ou ficavam entrando e saindo em busca de conexões. De acordo com uma fonte policial entrevistada por Nolot, o dono havia comprado outros oito clubes exatamente como esse e mais de 2.000 meninas em sua rede. Esse era apenas um dos muitos clubes nas áreas de turistas internacionais.
Ver com os próprios olhos a indústria sexual em funcionamento, por meio de cenas como essas, significava que a produção de Nefarious não era uma tarefa fácil para Nolot: “Ver o problema do tráfico humano a partir desse ângulo era extremamente difícil. Não se passa um dia sem que eu recorde as tragédias horríveis que escavamos”.
Seu motivo para o filme, disse ele, não é “fazer vendas”, mas ajudar a consertar um erro. “Isso tudo é pessoal e profundamente importante pra mim. Abordo essa questão com um desejo de justiça, não credencial ou fama. Sou apaixonado de ver outros, como eu mesmo, estimulados a passar da ignorância para a ação”.
Falando como espectador, imagino que todos nós que estávamos no salão naquela noite tivemos o mesmo pensamento no final do filme quando estavam aparecendo os nomes: Não queríamos nada menos do que ver esse comércio nefasto detido para sempre.
“Nefarious: Merchant of Souls” (Nefasto: Mercadores de Almas) é o primeiro de três filmes de Benjamin Nolot sobre tráfico humano. Os filmes dois e três estão em fase de produção. Para mais informações sobre os filmes, assista o primeiro. Para mais informações sobre Exodus Cry, clique aqui.
Tradução: www.juliosevero.com
Fonte: Charisma