quarta-feira, 27 de abril de 2016

Se Deus está morto…


Se Deus está morto…


Patrick J. Buchanan

Numa coluna recente, Dennis Prager fez uma observação forte: “A vasta maioria dos principais escritores conservadores… tem uma perspectiva secular sobre assuntos da vida… Eles não têm consciência do desastre que a falta de Deus no Ocidente tem causado. Esses conservadores seculares podem achar que “os Estados Unidos conseguirão sobreviver se Deus e o Cristianismo morrerem,” escreve Prager, "mas eles estão errados".

             


E, aliás, os 50 anos passados parecem confirmar o que ele disse. A religião de um povo, sua fé, cria sua cultura, e sua cultura cria sua civilização. E quando a fé morre, a cultura morre, a civilização morre, e o povo começa a morrer. Isso não descreve a histórica recente do Ocidente?

Hoje, nenhuma grande nação ocidental tem um índice de natalidade que impedirá a extinção de sua população natural. No fim deste século, outros povos e outras culturas terão em grande parte repovoado a Europa. Os europeus parecem destinados a terminar como as 10 tribos perdidas de Israel — invadidos, dominados, assimilados e extintos. E enquanto os povos europeus — russos, alemães, britânicos, bálticos — diminuem em números, a ONU estima que a população da África dobrará em 34 anos para bem mais de 2 bilhões de pessoas.

O que aconteceu com o Ocidente?
Conforme G. K. Chesterton escreveu, quando os homens param de crer em Deus, eles não passam então a acreditar em nada, mas eles creem em qualquer coisa. Quando pararam de crer no Cristianismo, as elites europeias começaram a se converter para ideologias, ao que o Dr. Russell Kirk chamava de “religiões seculares.” Por um tempo, essas religiões seculares — marxismo-leninismo, fascismo e nazismo — capturaram o coração e a mente de milhões. Mas quase todas estavam entre os deuses que fracassaram no século XX.

Agora os povos ocidentais adotam religiões mais novas: igualitarismo, democratismo, capitalismo, feminismo, ambientalismo e uma Nova Ordem Mundial. Essas religiões também dão sentido para a vida de milhões, mas são substitutos igualmente insuficientes para o Cristianismo que criou o Ocidente, pois essas religiões não têm o que o Cristianismo deu às pessoas — não só uma causa pela qual viver e morrer, mas também um código moral pelo qual viver, com a promessa de que, no final de uma vida assim vivida, viria a vida eterna. O islamismo também oferece essa promessa. Contudo, o secularismo não tem nada para oferecer que esteja à altura dessa esperança.

Olhando para os séculos passados, vemos o que o Cristianismo tem significado. Quando, depois da queda do Império Romano, o Ocidente adotou o Cristianismo como uma religião superior a todas as outras, já que seu fundador é o Filho de Deus, o Ocidente criou então a civilização moderna, e então saiu e conquistou a maior parte do mundo conhecido.

As verdades que os Estados Unidos ensinaram ao mundo, acerca de uma dignidade e valor humano herdados e direitos humanos invioláveis, têm origem num Cristianismo que ensina que toda pessoa foi criada por Deus. No entanto, hoje com o Cristianismo praticamente morto na Europa e morrendo lentamente nos EUA, a cultura ocidental está cada vez mais corrompida e decadente, e a civilização ocidental está em declínio visível. Rudyard Kipling profetizou tudo isso em seu poema “Recessional”: “Nossos navios longínquos se foram; a glória afunda nas dunas de areia: Toda a nossa pompa do passado foi-se!”

Todos os impérios ocidentais desapareceram, e os filhos de povos outrora submetidos cruzam o Mar Mediterrâneo para repovoar os países europeus, cujos povos começaram a envelhecer, diminuir e morrer. Desde 1975, só duas nações europeias, a Albânia muçulmana e a Islândia, têm sustentado taxas de natalidade suficientes para manter seus povos vivos. Considerando as populações europeias que estão diminuindo e as enormes ondas de imigrantes que estão vindo da África, Oriente Médio e Oriente Próximo, parece que é certeza que a Europa será islâmica antes do final deste século.

Vladimir Putin, que foi testemunha próxima da morte do marxismo-leninismo, parece entender que o Cristianismo é crucial para a Mãe Rússia, e busca reviver a Igreja Ortodoxa e escrever o código moral dela de volta nas leis russas.
E quanto aos EUA, “o país de Deus”?

Com o Cristianismo excomungado de suas escolas e vida pública por duas gerações, e os ensinos do Antigo e Novo Testamentos rejeitados como base legal, vimos um declínio social assustadoramente profundo. Desde a década de 1960, os EUA têm batido novos recordes de aborto, crimes violentos, prisões e consumo de drogas. Embora o HIV/AIDS só tenha aparecido na década de 1980, centenas de milhares pereceram dele, e milhões agora sofrem dele e doenças relacionadas.

Quarenta por cento dos nascimentos nos EUA são fora do casamento. Para os hispânicos, o índice de filhos ilegítimos está acima de 50 por cento; para os negros, está acima de 70 por cento. A pontuação dos estudantes do ensino médio dos EUA cai anualmente e se aproxima de países do Terceiro Mundo. O suicídio é uma causa crescente de morte entre brancos de meia idade. O secularismo parece não ter resposta para a pergunta: “Por que não?”

“Como é pequena, de tudo o que o coração sofre, aquela parte que as leis ou os reis podem causar ou curar,” escreveu Samuel Johnson. Os conservadores seculares podem ter remédios para algumas das doenças dos EUA. Mas, conforme observou Johnson, nenhuma política secular conseguirá curar a doença da alma do Ocidente — uma fé perdida que parece irrecuperável.




Pat Buchanan é colunista do WND e foi assessor do presidente Ronald Reagan. Ele é católico tradicionalista pró-vida e já foi candidato republicano à presidência dos EUA.
Traduzido por Julio Severo do original em inglês do WND (WorldNetDaily): If God is dead…

segunda-feira, 25 de abril de 2016

O MAIOR AMOR DE UM PAI


O MAIOR AMOR DE UM PAI  



                                   Joubert de Oliveira Sobrinho
                                          Devocional CEDUC de 17.03.16



Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu:  Eis- me aqui! Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai- te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. Gn 22.1,2


Para muitos, a provação a que Deus submeteu Abraão - pedir seu filho Isaque em sacrifício - é de difícil compreensão. Dentre os muitos acontecimentos extraordinários que Abraão e Sarah viveram com Deus, este é especial. Deus havia chamado Abrão para sair da casa de seu pai, para uma terra que lhe seria mostrada; fez com ele uma aliança; sendo Sarah estéril, prometeu-lhe uma descendência incontável como as estrelas do céu e as areias do mar; mudou-lhe o nome de Abrão (pai exaltado) para Abraão (pai de uma multidão) e; quando Sarah estava com noventa anos e Abraão com cem, fez Sarah engravidar e dar à luz Isaque, a alegria, esperança e riqueza da família.

Depois de tudo isso Deus pede a Abraão que sacrifique Isaque em holocausto nos montes de Moriá. Deus especifica: “teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas”. E Abraão obedeceu. Deu o seu maior amor para Deus. Depois de prepararem o altar de pedras e colocarem a lenha, Abraão amarrou Isaque como se amarra um cordeiro. Quando estava prestes a imolá-lo ouviu o brado de um anjo: – Não toques no menino! Ao mesmo tempo viu um carneiro preso pelos chifres num arbusto, pronto para substituir Isaque e morrer em seu lugar. 

Deus simulou na vida de Abraão e Isaac um paralelo, uma figura, uma analogia, de si mesmo, ao entregar o Filho Jesus em sacrifício, em favor de toda humanidade. E encontrou em Abraão um pai disposto a fazer o mesmo. Pois, apesar de Isaque ter sido poupado, Deus o considerou como entregue. Razão porque confirmou uma aliança com Abraão que jamais será quebrada!

Entregar o que mais se ama é o maior sacrifício. Sem Lei revelada, Abraão cumpriu o maior dos mandamentos: Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. Mc 12.28-31. A verdade é que quem ama a Deus acima de tudo poderá amar ao próximo com maior perfeição. 


O Pai, por amor a você, entregou seu único Filho em sacrifício em seu lugar, como o cordeiro que morreu em lugar de Isaque. Como você responde a esta declaração de amor tão imensa? Quem é digno de seu maior amor?

“Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho, seu único filho, pela seguinte razão: para que ninguém precise ser condenado; para que todos, crendo nele, possam ter vida plena e eterna. João 3.16 BAMSG