sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Entrevista: Lynn Margulis


Entrevista: Lynn Margulis

 | Em Ciências


A bióloga e professora Lynn Margulis, conhecida por suas pesquisas sobreendossimbiose e viúva do astrônomoCarl Sagan, foi entrevistada para a edição de Abril de 2011 da Discover Magazine.
Na polêmica entrevista, Margulis critica o neo-Drawinismo, questiona a seleção natural como principal mecanismo evolutivo, sugere uma abordagem diferente sobre a AIDS e diz que ela “não é controversa, é correta”.
A proposta deste blog não é a de necessariamente endossar as idéias da bióloga, mas mostrar, a partir das próprias palavras de uma cientista notória que é falsa a idéia propagandeada pela mídia e por alguns divulgadores de ciência de que não há controvérsia em torno da Teoria da Evolução.
A entrevista é longa e pode ser vista em inglês no endereço da revista. Recomendo fortemente a leitura completa.
Abaixo, destaque para algumas de suas respostas.
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A maioria dos cientistas diria que não há controvérsia sobre a evolução. Por que você discorda?
Todos os cientistas concordam que a evolução ocorreu, que toda vida vem de um ancestral comum, que houve extinção, e que novos táxons, novos grupos biológicos, têm surgido. A pergunta é: é a seleção natural suficiente para explicar a evolução? É o condutor da evolução?
E você não acredita que a seleção natural é a resposta?
Este é o problema que tenho com o neo-darwinistas: Eles ensinam que o que está gerando novidade é a acumulação de mutações aleatórias no DNA, em uma direção definida pela seleção natural. Se você quiser os ovos maiores, você continua selecionando as galinhas que estão colocando os maiores ovos, e você começa a ter ovos cada vez maiores. Mas você também terá galinhas com penas defeituosas e as pernas bambas. A seleção natural elimina e talvez mantém, mas não cria.
Esta parece ser uma objeção bastante básica. Como, então, você acha que a perspectiva neo-darwinista se tornou tão arraigada?
Na primeira metade do século 20, o neo-darwinismo se tornou o nome para as pessoas que reconciliaram o tipo de mudança evolutiva gradual descrita por Charles Darwin com as regras de Gregor Mendel sobre a hereditariedade [que ganhou reconhecimento disseminado por volta de 1900], no qual traços fixos são passadas de uma geração para a seguinte. O problema é que as leis da genética mostraram estase, não mudança.

Não há dúvida de que Mendel estava correto. Mas o darwinismo diz que houve mudança através do tempo, uma vez que toda vida vem de um ancestral comum.
Então Mendel pedeu alguma coisa? Darwin estava errado?
Eu diria que ambos estão incompletos … Mas os neo-darwinistas dizem que novas espécies surgem quando mutações ocorrem e modificam um organismo. Eu fui ensinada seguidas vezes que o acúmulo de mutações aleatórias levou a mudatações evolutivas, a novas espécies. Eu acreditei até que procurei pelas as provas.
Que tipo de evidência virou você contra o neo-darwinismo?
O que você gostaria de ver é um bom exemplo para a mudança gradual de uma espécie para outra em campo, em laboratório, ou no registro fóssil e de preferência em todos os três. O grande mistério de Darwin foi não ter registro nenhum anterior a um ponto específico [datado de 542 milhões de anos por pesquisadores modernos], e então, de repente, você começa a ter no registro fóssil quase todos os principais tipos de animais…Não há gradualismo no registro fóssil.
Algumas de suas críticas à seleção natural soam muito parecidas com as de Michael Behe, um dos defensores mais famosos do “design inteligente”, e você ainda têm debatido Behe. Qual é a diferença entre seus pontos de vista?
Os críticos, incluindo os críticos criacionista, estão certos sobre suas críticas. É apenas que eles não têm nada para oferecer, a não ser o design inteligente ou “Deus fez isso.” Eles não têm alternativas que sejam científicas.
Você afirma que o principal mecanismo da evolução não é a mutação, mas a simbiogênese, em que novas espécies surgem através da relação simbiótica entre dois ou mais tipos de organismos. Como isso funciona?
Todos os organismos visíveis são produtos de simbiogênese, sem exceção. As bactérias são a unidade … Simbiogênese reconhece que cada  forma visível de vida é uma combinação ou uma comunidade de bactérias.
…Os órgãos dos sentidos dos vertebrados têm  cílios modificado: As hastes e células cone do olho têm cílios, e o órgão de equilíbrio no ouvido interno é forrado com cílios sensoriais. Você inclina a cabeça para um lado e pedrinhas de carbonato de cálcio em seu ouvido interno atingem os cílios. Isto é conhecido desde pouco depois da microscopia eletrônica surgir em 1963. Cílios sensoriais não vieram de mutações aleatórias. Eles vieram através da aquisição de um genoma inteiro de uma bactéria simbiótica que já podia sentir a luz ou movimento.
Espere – você está sugerindo que a AIDS é realmente sífilis?
Existe uma vasta literatura sobre a sífilis abrangendo desde o ano de 1500 até depois da Segunda Guerra Mundial, quando a doença foi supostamente curada por penicilina. No entanto, os mesmos sintomas agora descrevem AIDS perfeitamente. Está no nosso artigo “Ressurgimento do grande imitador”. Nossa reivindicação é que não há evidências de que o HIV é um vírus infeccioso, ou até mesmo uma entidade, se tanto. Não há nenhum trabalho científico que comprove que o vírus HIV causa a AIDS. Kary Mullis [vencedora do Prêmio Nobel de 1993 para o seqüenciamento de DNA, e bem conhecida por seus pontos de vista científicos não convencionais] disse em uma entrevista que ela foi à procura de uma referência que justifiquem que o HIV causa a Aids e descobriu: “Não há nenhum documento desse tipo.”
Por que você tem a reputação de ser uma herege?
Qualquer um que é abertamente crítica aos fundamentos da sua ciência é persona non grata. Eu sou crítica da biologia evolutiva que se baseia em genética de populações.
Você já está cansada de ser chamado de polêmica?
Eu não considero minhas idéias controversas. Eu as considero certas.
http://www.outramente.org/2011/08/entrevista-lynn-margulis/

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Pela fidelidade de Jesus

Pela fidelidade de Jesus



Joubert de O. Sob
Devocional CRE de 22.08.11


Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Ap 2.10

Para que pudéssemos ter a Vida Eterna, Jesus teve que cumprir uma missão, uma obrigação, um compromisso até o fim. Para que se possa cumprir uma missão é necessária a virtude da fidelidade. Sem fidelidade nada garante que cumpriremos nossas obrigações até o fim. Mas, o que é ser fiel? Ser fiel é guardar a fidelidade, é cumprir aquilo a que se obriga, é ser exato, pontual, constante, firme, perseverante. É fácil concluir que Jesus é Fiel.

Jesus poderia desistir no meio do caminho. Poderia se livrar da enorme pressão que passou a sofrer. No Getsêmani ele pediu ao Pai que, se possível, afastasse o cálice do seu sofrimento, mas ele declarou preferir fazer a vontade do Pai. Na hora de sua prisão Pedro tentou defendê-lo ferindo Malco na orelha com sua espada, mas Jesus o impediu dizendo que se quisesse poderia pedir ao Pai doze legiões de anjos a seu favor, mas que não o faria, por ter um compromisso a cumprir.

E assim, por assumir fielmente seu compromisso de nos salvar, deixou que o prendessem e o matassem na cruz para ressuscitar no domingo pela manhã. Ele foi fiel à vontade do Pai e fiel ao seu amor por nós. Não desistiu da missão.


No ano 76 d.C., o vulcão Vesúvio entrou em erupção e destruiu as cidades de Herculano e Pompéia. A destruição foi descrita por Plinio, o jovem que estava numa cidade distante de onde podia visualizar Pompéia. Ele relata uma forte explosão do vulcão do qual subiu uma fumaça preta que atingiu as mais altas camadas da atmosfera, abrindo-se depois como um pinheiro. Uma hora depois desceu sobre Pompéia uma chuva de pedras ferventes. Os telhados não suportavam e as pedras atingiam as pessoas dentro das casas. Para se ter uma ideia, houve lugares em que se acumulou mais de quatro metros de pedras. Logo após desceram as cinzas envoltas em gases, com calor em torno de quinhentos graus, ceifando quem ainda estava vivo.

Junto a uma das portas de Pompéia estava um soldado romano de sentinela. Enquanto o povo corria para salvar a vida, os superiores do soldado devem ter se esquecido dele. Como não tinha ordem de sair dali, ficou no posto heroicamente até morrer talvez pelos vapores sulfurosos asfixiantes ou pelas cinzas ardentes que rapidamente atingiram a cidade. Séculos depois ao escavarem as ruínas de Pompéia, encontraram os restos do destemido soldado que morreu em seu posto cumprindo seu dramático dever militar. O capacete, a lança e a couraça desta sentinela fiel estão hoje no Museu de Nápoles como exemplo de fidelidade ao dever.


Todos nós temos obrigações a cumprir: com Deus, com as pessoas que nos rodeiam e conosco mesmo, com os nossos valores. Sempre que pensarmos em desistir de nossas obrigações é bom que nos lembremos da sentinela. Se por um dever humano, militar, um soldado entrega a vida, muito mais devemos nos dedicar para cumprir a missão que Deus nos deu. Ele nos prometeu os recursos e a sua presença.

Não desista de suas obrigações. Seja fiel; cumpra-as até o fim. Se hoje você pode ser perdoado de seus pecados e herdar a vida eterna foi porque Jesus foi Fiel.

Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. Mt 10.22

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O Poder do Madeiro Verde



O poder do madeiro verde


Devocional CRE 05.09.2011
Joubert de O. Sobº




Porque os cavalos de Faraó, com os seus carros e com os seus cavaleiros, entraram no mar, e o SENHOR fez tornar as águas do mar sobre eles; mas os filhos de Israel passaram em seco pelo meio do mar. Então Miriã, a profetiza, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao SENHOR, porque gloriosamente triunfou; e lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro. Depois fez Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam água. Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? E ele clamou ao SENHOR, e o SENHOR mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou. E disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR que te sara. Então vieram a Elim, e havia ali doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas. Êx 15.19-27.



Os versos acima descrevem uma festa que ocorreu logo após o povo hebreu vivenciar um grande milagre e uma grande libertação. O grande milagre foi que o mar se abriu para que todos passassem a seco. As águas se abriram como muros à direita e à esquerda e permaneceram abertas até que o último hebreu chegasse ao outro lado. A grande libertação foi que o exército do Faraó, que queria cativá-los novamente, foi destruído inteiramente após Moisés ordenar às águas que se fechassem. A alegria era contagiante. Miriã, acompanhada de muitas outras mulheres, saiu dançando e cantando com o tamborim nas mãos, exaltando a Deus pelo milagre e pela libertação.


Logo depois Moisés fez o povo partir daquele lugar de festa porque deveriam chegar à terra prometida. Após andarem pelo deserto de Sur por três dias, não encontraram água. Até que chegaram ao um lugar chamado Mara onde havia água, porém, intragável de tão amarga. O povo reclamou de Moisés e Moisés clamou a Deus. Deus lhe mostrou uma árvore que, lançada nas águas, tornou as águas doces. Então puderam beber dela livremente. Ali Deus lhes deu os estatutos, uma ordenança e os provou, revelando-se como o Deus que sara.


Novamente levantaram acampamento e seguiram por um dia de caminhada e chegaram a Elim. Ali havia doze fontes e setenta palmeiras, um oásis para descanso de todo o povo.



Desta história retiramos grandes ensinos para nossas vidas.

1. Não podemos estacionar e passar a viver dos milagres e libertações do passado. Elas são marcos, sinais, memórias, referências que nos revelam o amor de Deus, porém temos que continuar caminhado e progredindo para o alvo a que fomos chamados, o cumprimento do propósito de Deus.


2. Para chegar à “terra prometida” passamos por desertos. O nome do deserto em que caminharam era Sur. Esta palavra significa muro, muralha, fortificação. São ocasiões em nossa vida em que sofremos resistências, impedimentos que visam nos fazer desistir de caminhar.



3. Na caminhada pode até faltar elementos básicos para manutenção da vida: água. Água é fundamental para a vida humana. Três dias sem água já corremos risco de vida. O sofrimento vem para todos, ninguém está imune à angústias na caminhada da vida com Cristo. A promessa de Deus é que ele estará conosco na angústia, mesmo quando a vida está em risco. É a hora de nos lembrar dos milagres e livramentos do passado e raciocinar: o Deus que nos chamou à terra prometida, nos fez passar em seco pelo meio do mar e nos livrou do exército inimigo nos deixaria morrer de sede no meio do caminho?


4. Haverá momentos em que a vida nos oferecerá amarguras para beber. O lugar se chamava Mara que significa “amargo”. Há muitas fontes de amargura para nosso coração neste mundo. Este mundo “jaz (está) no maligno”, portanto está repleto de tristezas e angústias fruto do pecado. Nestas horas teremos que escolher que atitude tomar.


5. Temos que escolher entre clamar ou reclamar. O povo reclamou contra Moisés três dias depois de fazerem festa. Aos olhos deles, ele era o “culpado” daquela situação crítica. Não raro, em tempos de crise, procuramos por culpados para a situação. E murmuramos injustamente. Não entendemos que Deus está nos provando para nos aperfeiçoar. Moisés optou por clamar a Deus e esperar dele uma solução. Clamar é chorar, gritar, chamar por ajuda. 

6. A resposta de Deus pode ser incomum. Talvez os murmuradores do povo quisessem mudar de lugar, procurar outras fontes, voltar para a beira do Mar Vermelho. Talvez até o próprio Moisés esperasse outra saída para a crise. Mas Deus trouxe uma solução impensada. Mostrou-lhe uma árvore que deveria ser cortada e lançada nas águas para que se tornassem doces, potáveis. E assim aconteceu. O povo pode saciar a sede porque as águas amargas se tornaram doces.

O que significa a árvore cortada e lançada nas águas amargas?

Jesus, porém, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos... Porque, se ao madeiro verde fazem isto, que se fará ao seco? Lc 23.28,31.


Jesus fala de si mesmo como o madeiro verde, a árvore que foi cortada e lançada nas águas amargas da humanidade. Ele tem poder de tornar a águas de amargura dos nossos corações em águas doces, potáveis. Nossa vida seria uma fonte de amargura, não fosse o seu sacrifício por nós.

Os momentos de crise e provas podem trazer uma profunda revelação de Deus. Deus lhes deu mandamentos, ordenação e os provou naquela situação crítica. Porém, depois de lhes dar solução através do lenho, revelou-se o Deus que cura, preserva e restaura o seu povo. A amargura traz adoecimento e enfermidades. Ele providenciou cura para nós em Jesus Cristo.


Não desista. Deus providencia dias melhores à frente. A apenas um dia de caminhada a partir de Mara o povo chegou a Elim, um oásis com doze fontes de águas puras e setenta palmeiras para o povo descansar à sombra. O tempo em Mara era de prova e conhecimento de Deus. Há um descanso adiante, há fontes abundantes e segurança. Jesus afirmou que as águas de nosso coração seriam excelentes e abundantes:


Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva. João 7.38

Eis que foi para minha paz que eu estive em grande amargura; tu, porém, amando a minha alma, a livraste da cova da corrupção; porque lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados. Isaías 38.17