quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O Tempo Favorável

O Tempo Favorável

Joubert de O. Sobº
16.01.14

Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens (a quem ele quer bem). Lucas 2:14



Essa boa vontade expressa no versículo anterior fala da aceitação do Senhor, isto é, de seu prazer, deleite, favor, boa intenção, benevolência. Refere-se à ocasião de tempo – no nascimento de Jesus, o Salvador, o Messias – em que o Senhor se revelou favorável para com a humanidade a quem ele quer bem.

Tempo desfavorável

Nem sempre o tempo foi favorável para a humanidade. O pecado destruiu o relacionamento com Deus e colocou toda a criação sob o jugo da punição e penalidade dos males cometidos. No dilúvio, o juízo chegou e não houve favorecimento nem para homens nem para animais (salvo Noé, sua família e os pares de animais preservados por Deus na arca). Quando as águas cobriram a terra, todos que estavam fora da arca clamaram por salvação, mas ela não aconteceu.

E expirou toda a carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado e de feras, e de todo o réptil que se arrasta sobre a terra, e todo o homem. Gênesis 7:21

Tempo favorável para poucos

Podemos contar nos dedos as pessoas que usufruíram do favor de Deus: Abel, Enos, Enoque, Noé, Abrão, Sarai e seus familiares. A partir de Abrão, Deus passou a ser favorável à sua descendência devido às promessas e alianças feitas entre eles. Os descendentes de Abraão – Isaque, Jacó e seus doze filhos, as doze tribos, a nação de Israel – passaram a receber o favor de Deus que os abençoava, conduzia, protegia, revertia o mal em bem. O estrangeiro somente receberia o favor divino dependendo de seu relacionamento com a nação de Israel: “Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”.

Profecia de um tempo favorável

Mas o desejo de Deus era manifestar sua boa intenção, o tempo aceitável em que seu favor, disponibilizado a princípio ao povo de Israel, alcançaria toda a humanidade.

O Espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que ele seja glorificado. Isaías 61:1-3

Quando Jesus leu este texto na sinagoga e disse que a Escritura estava cumprida, ele confirmava que o Ano aceitável, a boa vontade de Deus, havia se manifestado através de sua vida e ministério. Em Cristo, o favor de Deus se revelava a todos e, para comprovar o que dizia, Jesus curava os doentes, abria os olhos aos cegos, expulsava demônios, alimentava multidões e ressuscitava os mortos enquanto anunciava a chegada do reino de Deus.

Hoje, o tempo favorável de Deus se chama GRAÇA

Os favores de Deus se expandiram em Cristo para toda a humanidade. Através de Jesus a benevolência divina chegou a todos e continua disponível a todo o que o receber, Jo 1.12.

A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém. Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto, Mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé; Romanos 16:24-26

Portanto, a oportunidade favorável que se restringia à nação de Israel está disponível a todas as nações e indivíduos no mundo através da obra de resgate e sacrifício de Jesus.



·       Hoje é tempo favorável para clamar e suplicar

Por isso, todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas não lhe chegarão. Salmos 32:6

Eu, porém, faço a minha oração a ti, Senhor, num tempo aceitável; ó Deus, ouve-me segundo a grandeza da tua misericórdia, segundo a verdade da tua salvação. Salmos 69:13

Jairo suplicou a Jesus por sua filha

E eis que chegou um homem de nome Jairo, que era príncipe da sinagoga; e, prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-lhe que entrasse em sua casa; Porque tinha uma filha única, quase de doze anos, que estava à morte. E indo ele, apertava-o a multidão. Lucas 8:41-42
Estando ele ainda falando, chegou um dos do príncipe da sinagoga, dizendo: A tua filha já está morta, não incomodes o Mestre. Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe, dizendo: Não temas; crê somente, e será salva. E, entrando em casa, a ninguém deixou entrar, senão a Pedro, e a Tiago, e a João, e ao pai e a mãe da menina. E todos choravam, e a pranteavam; e ele disse: Não choreis; não está morta, mas dorme. E riam-se dele, sabendo que estava morta. Mas ele, pondo-os todos fora, e pegando-lhe na mão, clamou, dizendo: Levanta-te, menina. E o seu espírito voltou, e ela logo se levantou; e Jesus mandou que lhe dessem de comer. E seus pais ficaram maravilhados; e ele lhes mandou que a ninguém dissessem o que havia sucedido. Lucas 8:49-56



·       Hoje é tempo favorável para ouvir a Deus

Porque ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas da sua mão. Se hoje ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, Salmos 95:7-8

Maria aos pés de Jesus (preferiu ouvi-lo – a “boa parte”)

E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa; E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Marta, porém, andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude. E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. Lucas 10:38-42



·       Hoje é tempo favorável para ser socorrido

O cego não perdeu a oportunidade de pedir sua cura

E aconteceu que chegando ele perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando. E, ouvindo passar a multidão, perguntou que era aquilo. E disseram-lhe que Jesus Nazareno passava. Então clamou, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim. E os que iam passando repreendiam-no para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Então Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e, chegando ele, perguntou-lhe, Dizendo: Que queres que te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja. E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou. E logo viu, e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isto, dava louvores a Deus. Lucas 18:35-43

O leproso idem

E aproximou-se dele um leproso que, rogando-lhe, e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me. E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo. E, tendo ele dito isto, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo. Marcos 1:40-42

O tempo favorável precisa ser apregoado

Por isso Jesus enviou seus discípulos por todo o mundo. O evangelho, isto é, a boa notícia, é de que todos podemos chegar a Deus por meio de Jesus. Não é mais necessário permanecer distante de Deus. Ele nos aceita como estamos em Cristo e tem poder de nos transformar.

O Espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me... a apregoar o ano aceitável do Senhor. Isaías 61:1-2

E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Marcos 16:15              

A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, Efésios 3:8

Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! 1 Coríntios 9:16



O tempo favorável um dia se acabará

O período aceitável um dia cessará. Quando o Senhor a todos chamar no tribunal do juízo. Ali, os que receberam e aproveitaram a oportunidade de conciliar-se com Deus por Jesus serão justificados. Os que rejeitaram serão condenados. O favor continuará eternamente sobre os filhos de Deus, os abençoados, benditos do Pai.

Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é maior do que Jonas. Mateus 12:41

E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? Romanos 2:3

Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios. 2 Pedro 3:7

O tempo favorável precisa ser bem aproveitado

Como estamos usufruindo a graça de Deus?

Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado; Hebreus 3:13

Como estamos aproveitando o tempo aceitável, a boa vontade de Deus exposta a nós através de Jesus?

E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão (Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação). 2 Coríntios 6:1-2


Sermão - FCB – 29.12.2013

sábado, 4 de janeiro de 2014

Natal - Sinais de morte na celebração da vida

Natal

Sinais de morte na celebração da vida

Joubert de Oliveira Sobrinho - Natal de 2013

Mais do que o “aniversário” de Jesus, o Natal é a celebração da sua encarnação, quando o Verbo se fez carne, o fato que representa a vida e a esperança para humanidade pela restauração do relacionamento com Deus. Porém, alguns sinais de morte permeiam a história do Natal. Os sinais que o anjo anunciou aos pastores demonstravam a humildade e o sacrifício voluntário do Filho de Deus que viria ao mundo sem os privilégios de um nascimento nobre; antecipava que ele seria rejeitado sem o reconhecimento de sua divindade e morto vergonhosamente como o mais indigno dos homens.

Os anjos, admiradíssimos, compreenderam o significado e o custo da encarnação de Jesus e o favorecimento de Deus para com a humanidade, Lc 2.8-20. Fazer-se carne era absorver a enfermidade espiritual que contaminou a Criação desde Adão. Após anunciar a chegada do Filho de Deus aos pastores e lhes dar os sinais através dos quais o encontrariam em Belém, a multidão dos exércitos do céu cantou: Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor (boa vontade para com os homens), Lucas 2:14. A paz que Jesus veio trazer a terra, é bom que se entenda, é a paz com Deus que lhes é favorável, pois a paz entre os homens não depende totalmente dele, pelo menos nesta era. Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, Romanos 5:1; Não pensem que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada… Mateus 10:34.

Uma criança nascida num estábulo e não numa confortável hospedaria


Um dos primeiros sinais de desprezo pela criança foi que não lhe  providenciamos um lugar conveniente para nascer. Os pais da igreja mencionavam que o local em que Jesus nasceu deveria ser um tipo de gruta ou caverna usada como abrigo de animais. Quanto tempo demoramos para aprender que os maiores valores do universo não dependem da aparência exterior? A razão deste lugar insalubre foi por não haver mais lugar na hospedaria, Lc 2.7. Uma hospedaria é figura do coração humano, repleto de “hóspedes”, valores humanos, filosofias, religiões, tradições, regras, bens, prazeres considerados mais importantes que Jesus. Nós amamos estas coisas e enchemos nosso interior com elas. Quando perguntam se temos espaço para que Jesus nasça em nosso coração, não temos lugar, pois está repleto! Por quanto tempo estivemos com nosso coração cheio, sem lugar para Jesus nascer?

Porém, quando reconhecemos que nosso coração é a fonte de nossos problemas, como Jesus bem disse: Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem ‘impuro’ ". Marcos 7:21-23; ou melhor, quando reconhecemos que nosso coração está mais para caverna, gruta escura, estábulo, abrigo de bestas, curral imundo, repleto de sujeira de “animais”, então estamos perto de receber o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Nosso orgulho e soberba serão nossos maiores empecilhos nesta hora. Recusamo-nos a reconhecer que nossos valores interiores são desprezíveis...

O apóstolo Paulo, após reconhecer a riqueza do conhecimento de Jesus, afirmou que todo valor que dantes possuía: instrução, tradição, conhecimento, poder, etc., eram “esterco”, palavra que também se refere à lixo, escória, resto, excremento de animais, sujeira, coisas sem valor, Fp 3.8. Jesus é o único que pode fazer da pocilga insalubre da alma, um palácio. Basta que ele nasça em seu coração; que você o reconheça e o receba em sua vida.

Uma criança nascida em Belém e não em Jerusalém



O primeiro sinal de morte que permeia o Natal, a celebração da vida pode ser percebida na mensagem angelical aos pastores. Em Lucas 2.9-21, o anjo se apresenta e lhes dá a boa notícia que não deveria ser restringida a alguns poucos ou uma elite. Era uma notícia para todo o povo. E a primeira informação, o primeiro sinal era de que o Messias havia nascido na Cidade de Davi, isto é, Belém.

Não seria melhor um rei nascer em Jerusalém? A capital era Jerusalém, ali estava o Templo e o palácio do rei Herodes. Os negócios, a riqueza, o poder, enfim, a vida nacional e religiosa acontecia em Jerusalém! Tanto que foi óbvio aos magos, mais tarde, virem procurar o que era nascido Rei dos Judeus diretamente em Jerusalém, chegando ao palácio do rei Herodes.


Além de ser a cidade onde nasceu o rei Davi – uma das menores cidades de Judá, há dez quilômetros ao sul de Jerusalém – o nome Belém significa “casa do pão”. Miquéias profetizou cinco séculos antes que ali nasceria o Messias, Mq 5.2; Mt 2.5,6. Não se elabora um pão sem que os grãos sejam esmagados a ponto de virar farinha. Jesus se autodenominou “Pão da Vida”, Jo 6.33,48,51; e comparou o pão ao seu corpo, durante a Ceia, Mt 26.26. E também, referindo-se à  sua própria morte, comparou-se a um grão de trigo que deveria morrer para produzir muito fruto, Jo 12.24. Aqui está um primeiro sinal do seu sacrifício.

Uma criança envolta em faixas (ou panos)



O segundo sinal de morte na celebração da vida está no mais básico dos cuidados maternais. Basta que reconheçamos que as primeiras vestes deste bebê – que veio solucionar o que os adultos eram totalmente incapazes de fazer – seriam semelhantes às que o vestiriam em sua morte: encontrareis uma criança envolta em faixas, Lc 2.12; tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis, Jo 19.40.

Os lençóis nos quais o enrolaram em sua morte foram ensopados com cerca de trinta e cinco quilos de uma pasta composta de mirra e aloés, costume judaico de preparação de corpos para a sepultura, Jo 19.39,40. Aquelas faixas de tecido, embebidas na goma perfumada e oleosa, ficaram endurecidas ao redor do corpo de Jesus. Foram elas que conferiram aos olhos de João e Pedro a primeira certeza de sua ressurreição: jamais se retiraria um corpo embrulhado naquelas condições deixando os lençóis enrolados como um casulo murcho. O corpo misteriosamente passou pelo tecido enrolado. Por isso, depois que viram, creram! Jo 20.6-8.



Em figura, desde que chegamos ao mundo somos envolvidos em faixas que nos impedem o movimento no espírito em direção à Deus. São panos que antecipam a imobilidade da morte. O pecado nos imobiliza para Deus. Mas à semelhança de Lázaro, Jo 11.1-45, o amigo de Jesus que foi ressuscitado por ele depois de quatro dias morto, ao ouvir de Jesus a alta voz chamando à porta de nosso sepulcro, recebemos vida e saímos do túmulo, enrolados em panos mortais, necessitando de ajuda para nos desvencilharmos deles, mas cheios de vida pela palavra recebida em nosso interior.

Uma criança deitada


O terceiro sinal de morte presente na historia da encarnação expressa-se na palavra “deitada” que, no grego, é também usada para indicar alguém sepultado. Isto já seria um sinal suficiente para o enfoque que temos, mas ainda há mais. Metaforicamente a palavra é usada para designar alguém que, pela vontade de Deus, é colocada em uma posição-chave, numa circunstância ou situação específica, para cumprir uma finalidade. No campo das metáforas, usa-se ainda esta palavra para indicar alguém sob o poder do mal ou mantido em submissão pelo diabo.

Que Jesus foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, já sabemos. Porém, entender que Jesus foi colocado por Deus sob o domínio do mal ou em submissão ao diabo, parece uma incoerência. Afinal, Jesus jamais cedeu ao mal ou se submeteu ao diabo na essência, pois, nunca pecou e Satanás jamais obteve direito legal sobre ele. Não fosse assim, não teria ele poder para nos livrar deste cativeiro.

Porém, o Pai estrategicamente, “deitou” Jesus no lugar de trevas, chamado de “região da sombra da morte”, que é este mundo, Is 9.2. Jesus foi introduzido em nosso meio, mergulhou, batizou-se, imergiu, sepultado na morte e no pecado humano.  Nesse sentido ele pagou o preço, submetendo-se à condenação da Lei e deixou-se levar como oferta pelo juízo do qual Satanás se utilizava para nos escravizar, Jo 10.17,18. E Jesus entregou-se à morte em sacrifício em nosso lugar. Ele não tinha pecado, mas submeteu-se ao batismo como se tivesse. Não era digno de morte, mas deixou-se levar a ela, como um mortal, desapegado de sua divindade e esvaziado de si mesmo, Fp 2.6-8. Na fragilidade submissa de uma criança deitada estava o meio, o anúncio e a segurança de nossa eternidade. Aquele que se submeteu ao mal para nos livrar e salvar é digno de nossa eterna adoração, submissão e devoção. Não há outro que o mereça!

Uma criança numa manjedoura



O quarto sinal de morte escondido na história do nascimento de Jesus está no mais simplório berço que o casal Maria e José dispunham: a manjedoura. A manjedoura é o lugar onde se colocavam a forragem, o pasto, o alimento para o rebanho. Em geral, a manjedoura era lavrada nas rochas – paredes das grutas – e não construída com tijolos de argila ou armações de madeira. Não tendo berço ou cama, Jesus foi deitado como um alimento para os rebanhos, como pasto para animais, como forragem para bestas feras. Num lugar de alimento de animais dormiu o Criador de todas as coisas.



Quando Jesus partiu o pão na Páscoa ou disse que era o Pão da Vida, referia-se a ter o corpo ferido para que sua vida chegasse a nós; quando partilhou o Cálice de vinho, referiu-se a seu sangue vertido por muitos, Jo 6.55; Mt 26.28. Ele afirmou que comendo do pão de sua carne e bebendo do vinho de seu sangue temos a Vida Eterna, Jo 6.51,52. Ele é o alimento que deve ser consumido por nós como suprimento suficiente dado por Deus para nos resgatar à eternidade. Leia o que Jesus mesmo disse sobre a importância de tê-lo como alimento para a alma: Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. João 6:53

O desafio

Os pastores, depois de experimentarem o fenômeno e receberem estas informações, partiram para confirmar tudo o que ouviram. Foram até Belém, encontraram o casal com a criança e vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita; E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam”, Lc 2.17,18. Os pastores confirmaram a boa notícia e proclamaram tudo o que ouviram. Depois, voltaram ao campo, para seus rebanhos, glorificando e louvando a Deus.

Agora você também está ciente desta boa notícia. Espero que tenha ousadia para confirmar estas informações por si mesmo. A história do Natal está repleta de sinais de morte que, na verdade, nos pertenciam e, talvez, ainda esteja presente em nós, em nossos atos, em nossas famílias e lares.

O convite é para que você coma de quem resolveu passar fome; liberte-se através de quem se entregou para ser preso; levante-se livre através de quem se deitou na morte; seja íntegro através de quem escolheu ser moído. Tudo por você. Para que pudesse celebrar a vida.