Joubert O. Sob
Devocional da Formatura do Pré e Fundamental 1 do CRE
11.12.10
Presença de anjos
Os anjos participaram intensamente na comunicação da encarnação de Jesus. A começar com o anúncio do nascimento de João Batista a seu pai, Zacarias. Gabriel, um anjo do Senhor, o encontrou no Santo dos Santos enquanto ofertava incenso, Lc 1.11-20.
Depois o próprio Gabriel foi ao encontro de Maria anunciando-lhe o cumprimento da espantosa profecia: uma virgem se encontraria grávida, pela ação do Espírito Santo; assim nasceria o Messias, Jesus, Lc 1.26-38.
José, tendo dificuldade de administrar a situação crítica em que se encontrava - noivo de uma jovem grávida cujo filho não era dele - resolveu deixá-la secretamente. Então, um anjo o esclareceu e o orientou nos passos que deveria dar, aceitando Maria como esposa, Mt 1.18-25, fugindo com a família para o Egito para salvar o menino das mão de Herodes, Mt 2.13-18 e posteriormente avisando-o da possibilidade de voltar.
Os anjos e os pastores
Porém, uma das mais espetaculares manifestações angelicais quando do nascimento de Jesus foi a presenciada pelos pastores que cuidavam de seus rebanhos no campo, Lc 2.8-20.
Primeiro apareceu um anjo que lhes trouxe a mensagem; junto a glória do Senhor brilhou ao seu redor. O medo se apoderou deles! Tanto que a primeira coisa que o anjo falou era que eles não deveriam ter medo, pois ele trazia uma boa notícia cheia de alegria para eles e para todo o povo: O Messias tinha acabado de nascer em Belém! Mas os pastores teriam uma prova, um sinal: encontrariam o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.
Depois da mensagem, apareceu um exército de anjos, milhares deles, cantando: Glória a Deus nas maiores alturas do céu! E paz na terra entre os homens a quem ele quer bem. Os pastores foram até Belém e encontraram a criança do jeito que o anjo falou junto a José e Maria.
Por que este acontecimento admirável ocorreu somente diante dos pastores e de seus rebanhos? Por que somente eles tiveram o privilégio de poder ter um sinal, uma prova (palavra do grego que significa, um símbolo, uma marca que o diferenciaria e pela qual seria conhecido)? Ser pastor de ovelhas no tempo de Jesus era algo desprezível; eram uma classe inferior; a última das ocupações para um judeu.
As verdades de Deus em sua Palavra são aplicáveis de muitas maneiras e, com simplicidade, gostaria de enfocar alguns aspectos com estas afirmações:
1. Pastores simbolizam os pais e os rebanhos simbolizam filhos. Portanto são as famílias que têm o privilégio de ouvir a mensagem dos anjos sobre Jesus.
a. Os pastores estavam nos campos – A mensagem divina está resguardada para os pais que estão em ação, cumprindo sua responsabilidade, em plena atividade.
b. Eles guardavam seus rebanhos – Papais de verdade cuidam de seus filhos com empenho. Sabem que são frágeis e carentes de cuidado; sabem que, como as ovelhas, as crianças não tem condições de cuidar de si próprias, não sabem que direção tomar, não sabem se defender e sujam-se com facilidade sem saber se limpar.
c. Estavam acordados por toda a noite – Os pais são vigias de suas casas. Portamos luzeiros em um mundo de trevas. É noite neste mundo. Não se pode abrir mão da vigilância constante. Há feras que covardemente buscam as ovelhas mais frágeis e fracas.
2. Um sinal especial para os pastores.
Este sinal simbolizava a natureza da total humildade e sacrifício voluntário do Filho de Deus que seria recebido no mundo sem nenhum dos privilégios da nobreza, rejeitado sem reconhecimento de sua divindade e morto como o mais indigno dentre os homens.
a. Num estábulo e não numa hospedaria – Os pais da igreja concordam que o local deveria ser um tipo de gruta ou caverna para abrigo dos animais, sendo a manjedoura, nestes casos, lavrada nas rochas e não construída com tijolos de argila. Os maiores valores do universo não dependem da aparência exterior.
b. Uma criança envolta em faixas – As primeiras vestes desta criança recém-nascida seriam semelhantes às que o vestiriam em sua morte: encontrareis uma criança envolta em faixas, Lc 2.12; tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis, Jo 19.40. Deus veio a nós em forma de criança para solucionar o que os adultos eram totalmente incapazes de fazer.
c. Deitada – Esta palavra indica também a posição de alguém sepultado, ou, metaforicamente, alguém sob o poder do mal, mantido em submissão pelo diabo. Jesus jamais cedeu ao mal ou se submeteu ao diabo na essência, pois, nunca pecou e Satanás jamais obteve direito legal sobre ele. Porém, voluntariamente, Jesus veio ao lugar de trevas, este mundo, Is 9.2, e entregou seu corpo à morte em sacrifício em nosso lugar. Nesse sentido ele pagou o preço e deixou-se levar como oferta pelo juízo do qual Satanás se utilizava para nos escravizar. Jo 10.17,18. Na fragilidade de uma criança estava a segurança de nossa eternidade.
d. Numa manjedoura – A manjedoura é um lugar de colocar forragem, pasto, alimento para o rebanho, seja qual for. Não tendo berço ou cama foi Jesus deitado como um alimento para os rebanhos, como pasto para animais, como forragem para bestas feras. Quando Jesus diz que é o Pão da Vida referia-se a ter o corpo ferido para que sua vida chegasse a nós; quando partilhou o Cálice de vinho, referiu-se a seu sangue vertido por muitos, Jo 6.55; Mt 26.28, comendo de sua carne e bebendo de seu sangue temos Vida Eterna, Jo 6.51,52. Num lugar de alimento de animais dormiu o Criador de todas as coisas.
O sinal para os pais é que:
a. Jesus faz de um coração sujo, repleto de “animais”, impróprio para o nascimento de um rei, um palácio melhor que uma hospedaria. Tanto o coração dos pais quanto o coração dos filhos podem receber a Jesus. Os pais são suas maiores testemunhas.
b. Jesus é o suprimento hábil de Deus, entregue como alimento, sacrifício, recurso suficiente para suprir sua família por toda a vida na terra e por toda eternidade. Atos 16:31 - E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa.
Enfim, os pastores foram ouvidos em tudo que disseram. Contaram a todos sobre a visão que tiveram e das boas notícias a respeito do menino, e foram ouvidos, Lc 2.17,18. Os pais são os primeiros proclamadores da boa notícia do evangelho e serão ouvidos.
Os pastores voltaram ao campo, para seus rebanhos, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito. Os pais hão de louvar a Deus por verem cumpridas, em suas vidas e nas vidas de seus filhos, as promessas que lhes foram dadas pelo Senhor.
Se quiser ver animação do anúncio do anjo aos pastores veja:
http://tinyurl.com/2dzjg2l
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