terça-feira, 5 de novembro de 2013

Grosserias requintadas

Grosserias requintadas

Joubert de O. Sobº  
02/11/2013


Mas os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar, e as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus. Isaías 57:20-21

De antemão peço perdão aos meus leitores pelo conteúdo que descortinarei daqui por diante. Muitos queridos recorrem aos meus escritos pelas ênfases bíblicas, o que não pretendo deixar de fazê-lo. Porém, para que adequadamente o faça, terei que descrever a baixaria com que me deparei na mais famosa emissora global de TV, maior corruptora dos costumes sociais da atualidade.

Certa noite, chegamos, eu e minha esposa, como de costume, tarde em casa. Enquanto preparávamos um lanche, resolvi procurar um jornal na TV para me inteirar dos fatos do dia. Imaginei que estivesse na hora do jornal da noite, mas enganei-me. Estava exatamente começando um programa que, pelo título, tenta associar amor com sexo. Eu nunca havia perdido tempo para avaliar o teor desse programa desconfiando que não deveria ser algo que merecesse minha atenção.

Pois bem, não precisei de muito tempo para entender qual a matéria-prima a que a rica produção do programa utiliza. Era exatamente a abertura do programa. A apresentadora vestia uma fantasia de penujem amarela fazendo lembrar um pintinho de galinha. Começou a cantar uma música que, disseram, foi sucesso há décadas atrás – coisa que nunca ouvi na vida. Surpreendi-me com letra da canção que dizia (perdoem-me a reprodução exata desta “pérola” chula nascida, sabe-se lá, de que esgoto criativo):

O pinto do meu pai fugiu com a galinha da vizinha
Já procurei de noite, já procurei de dia
Esse pinto não é mole; esse pinto é safado
Não consegue dormir sem ter uma galinha ao lado
E pra dormir tem coçar a cabecinha fazendo cafuné
Coitadinha dessa galinha

Pasmem. Para incensar e adular esta “joia literária” cantada em verso e prosa, com pinceladas desde pai adúltero até zoofilia, agitavam-se por detrás e ao redor da apresentadora, pelo menos, uns dez dançarinos vestidos cada um com uma “fantasia de pênis”. Isso mesmo. Todos vestidos de membros sexuais masculinos saltitantes, com faces e tremeliques de sobe, desce, dobra, chacoalha, levanta, etc.


Eu não acreditava no que via e ouvia. Minha esposa chegou à sala a tempo de testemunhar a brilhante peça dramática  que faria Shakespeare chorar e queimar seus escritos, talvez, definitivamente decepcionado com a humanidade. Se acham que estou exagerando, vejam por si mesmos no link abaixo:

http://tvg.globo.com/programas/amor-e-sexo/O-Programa/noticia/2013/10/ao-som-de-o-pinto-fernanda-lima-arrasa-com-performance-no-palco.html

Imediatamente me lembrei do texto de Isaías em destaque no início deste artigo. Lama e lodo, estavam sendo lançados nas casas e nas mentes de milhares de famílias ou milhões de pessoas. Ah, mas, que não se deixe de mencionar que o mesmo era produzido com a qualidade máxima do padrão da emissora! Um esforço para deixar a coisa indecorosa requintada; o que é incivil e rude elevado ao mais alto grau da perfeição audiovisual. Como se a qualidade na produção pudesse fazer o chulo deixar de ser grosseiro. Eles pensam ter o “toque de Midas” da comunicação: tornar um excremento apetecível se revestido com seu excelente padrão de qualidade.

Também me lembrei do comentário de Walter Clark, que foi homem forte desta emissora décadas atrás, numa entrevista, dizendo que, a TV, ao mostrar algo contrário aos bons costumes, chocava de fato a sociedade. Porém, o povo era levado a pensar que a emissora estava somente retratando a sociedade, quando, na verdade, a sociedade estava sendo moldada e conduzida mais um passo adiante pela emissora.

Minha surpresa não acabaria ali. Corri à buscar o link do vídeo desta abertura para minha “coleção” – bem poderiam não crer quando eu contasse... Foi então que soube que, semanas antes, o mesmo programa já havia chocado os telespectadores com outra “preciosidade” repugnante: a primeira transmissão de nu frontal em programa de TV aberta brasileira. A apresentadora, como sacerdotisa de Afrodite, diz: “Quer ver?” e uns dez homens e mulheres andam do fundo para frente do palco totalmente nus e voltam da mesma maneira balançando as protuberâncias. Assim, gratuito. Percebe-se surpresa e espanto em muitos, até nos jurados do programa. Veja o link e analise se você poderia casualmente assistir aquelas e estas cenas acompanhado(a) de seu pai, sua mãe, parentes, filhos, assentados ao seu lado:

http://www.youtube.com/watch?v=80RQ-2OP4BQ

Houve um tempo em que o povo de Israel, por causa de suas perversões, impiedades e abandono dos caminhos do Senhor haveria de sofrer nas mãos dos inimigos estrangeiros. Para avisar o povo deste acontecimento Deus pediu ao profeta Ezequiel que, dentre outros sinais, preparasse e se alimentasse de uma escassa comida vegetariana que representaria os rigores dos inimigos no cerco de Jerusalém. O profeta  deveria fazer um pão com trigo, cevada, favas, lentilhas e comer de forma racionada, assim como beber a água.


O detalhe é que ele deveria assar estes bolos ou pães com excremento humano para demonstrar que aquele pão imundo seria seu alimento em resultado de seu abandono de Deus. Ezequiel, sacerdote que era, clamou a Deus que o livrasse desse fardo, ao que Deus lhe permitiu usar excremento de animais como combustível (Ezequiel 4). Imagine que sabor teriam os pães assados em excrementos humanos; que aroma seria exalado pelas casas da vizinhança. Pois, Israel comeu com desgosto deste pão.

Nossa sociedade tem abandonado os valores de Deus, os princípios da sua Palavra, a revelação das Escrituras, os mandamentos de amor de Jesus, considerando-os ultrapassados e desprezíveis. Há uma geração que desconhece a Deus e seu amor revelado em seu Filho. Fico a pensar se já não estamos sofrendo o cerco do inimigo e colhendo os frutos do abandono de Deus. A sociedade “come” uma programação repugnante semelhante ao “pão imundo”, defumado pelo aroma e impregnado pelo sabor da m**da oriunda da criatividade intestina do corrupto coração humano, a lama e o lodo dos perversos, presentes na produção artística e musical de programas como este e outros, embalados com a beleza e o requinte, mas sem que se altere o conteúdo: as fezes de seus corações, e o ofereçam às multidões ansiando que degustem, engulam, digiram e, com orgulho, arrotem caviar.


O fim disto está no final do versículo: não haverá paz nem para quem prepara o “pão imundo” nem para aqueles que o degustam, até que se arrependam e saibam que não foram criados para essa degeneração de corpo, alma e espírito. Seus corações são como mar agitado. Para eles não existe paz. O único que pode construir a Paz, na alma é aquele que já tomou o “cálice de fezes” dos pecados da humanidade, Sl 75.8, Lc 22.42, entregando sua vida pura, sem nenhuma mancha ou iniquidade, como sacrifício em nosso lugar, Jesus Cristo. Ele ressuscitou para que sua vitória nos alcançasse e nos oferece uma mesa com alimentos puros, saudáveis: Pão Vivo, Vinho, o Cálice da Salvação, Água Pura, Azeite e alimentos cujo sabor e aroma sublimes serão admirados com gratidão por toda a eternidade no banquete que ele já tem preparado para os que o amam.

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