Grosserias requintadas
Joubert de O. Sobº
02/11/2013
Mas os ímpios são como o mar bravo,
porque não se pode aquietar, e as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há
paz para os ímpios, diz o meu Deus. Isaías
57:20-21
De antemão peço perdão
aos meus leitores pelo conteúdo que descortinarei daqui por diante. Muitos
queridos recorrem aos meus escritos pelas ênfases bíblicas, o que não pretendo
deixar de fazê-lo. Porém, para que adequadamente o faça, terei que descrever a
baixaria com que me deparei na mais famosa emissora global de TV, maior corruptora
dos costumes sociais da atualidade.
Certa noite, chegamos,
eu e minha esposa, como de costume, tarde em casa. Enquanto preparávamos um
lanche, resolvi procurar um jornal na TV para me inteirar dos fatos do dia. Imaginei
que estivesse na hora do jornal da noite, mas enganei-me. Estava exatamente
começando um programa que, pelo título, tenta associar amor com sexo. Eu nunca havia
perdido tempo para avaliar o teor desse programa desconfiando que não deveria
ser algo que merecesse minha atenção.
Pois bem, não precisei
de muito tempo para entender qual a matéria-prima a que a rica produção do
programa utiliza. Era exatamente a abertura do programa. A apresentadora vestia
uma fantasia de penujem amarela fazendo lembrar um pintinho de galinha. Começou
a cantar uma música que, disseram, foi sucesso há décadas atrás – coisa que
nunca ouvi na vida. Surpreendi-me com letra da canção que dizia (perdoem-me a
reprodução exata desta “pérola” chula nascida, sabe-se lá, de que esgoto criativo):
O pinto
do meu pai fugiu com a galinha da vizinha
Já
procurei de noite, já procurei de dia
Esse
pinto não é mole; esse pinto é safado
Não
consegue dormir sem ter uma galinha ao lado
E pra
dormir tem coçar a cabecinha fazendo cafuné
Coitadinha
dessa galinha
Pasmem. Para incensar e adular
esta “joia literária” cantada em verso e prosa, com pinceladas desde pai
adúltero até zoofilia, agitavam-se por detrás e ao redor da apresentadora, pelo
menos, uns dez dançarinos vestidos cada um com uma “fantasia de pênis”. Isso
mesmo. Todos vestidos de membros sexuais masculinos saltitantes, com faces e
tremeliques de sobe, desce, dobra, chacoalha, levanta, etc.
Eu não acreditava no que
via e ouvia. Minha esposa chegou à sala a tempo de testemunhar a brilhante peça
dramática que faria Shakespeare chorar e
queimar seus escritos, talvez, definitivamente decepcionado com a humanidade.
Se acham que estou exagerando, vejam por si mesmos no link abaixo:
http://tvg.globo.com/programas/amor-e-sexo/O-Programa/noticia/2013/10/ao-som-de-o-pinto-fernanda-lima-arrasa-com-performance-no-palco.html
Imediatamente me lembrei
do texto de Isaías em destaque no início deste artigo. Lama e lodo, estavam sendo
lançados nas casas e nas mentes de milhares de famílias ou milhões de pessoas. Ah,
mas, que não se deixe de mencionar que o mesmo era produzido com a qualidade
máxima do padrão da emissora! Um esforço para deixar a coisa indecorosa
requintada; o que é incivil e rude elevado ao mais alto grau da perfeição audiovisual.
Como se a qualidade na produção pudesse fazer o chulo deixar de ser grosseiro.
Eles pensam ter o “toque de Midas” da comunicação: tornar um excremento
apetecível se revestido com seu excelente padrão de qualidade.
Também me lembrei do
comentário de Walter Clark, que foi homem forte desta emissora décadas atrás,
numa entrevista, dizendo que, a TV, ao mostrar algo contrário aos bons
costumes, chocava de fato a sociedade. Porém, o povo era levado a pensar que a
emissora estava somente retratando a sociedade, quando, na verdade, a sociedade
estava sendo moldada e conduzida mais um passo adiante pela emissora.
Minha surpresa não
acabaria ali. Corri à buscar o link do vídeo desta abertura para minha
“coleção” – bem poderiam não crer quando eu contasse... Foi então que soube
que, semanas antes, o mesmo programa já havia chocado os telespectadores com outra
“preciosidade” repugnante: a primeira transmissão de nu frontal em programa de
TV aberta brasileira. A apresentadora, como sacerdotisa de Afrodite, diz: “Quer
ver?” e uns dez homens e mulheres andam do fundo para frente do palco
totalmente nus e voltam da mesma maneira balançando as protuberâncias. Assim,
gratuito. Percebe-se surpresa e espanto em muitos, até nos jurados do programa.
Veja o link e analise se você poderia casualmente assistir aquelas e estas
cenas acompanhado(a) de seu pai, sua mãe, parentes, filhos, assentados ao seu
lado:
http://www.youtube.com/watch?v=80RQ-2OP4BQ
Houve um tempo em que o
povo de Israel, por causa de suas perversões, impiedades e abandono dos
caminhos do Senhor haveria de sofrer nas mãos dos inimigos estrangeiros. Para
avisar o povo deste acontecimento Deus pediu ao profeta Ezequiel que, dentre
outros sinais, preparasse e se alimentasse de uma escassa comida vegetariana
que representaria os rigores dos inimigos no cerco de Jerusalém. O profeta deveria fazer um pão com trigo, cevada, favas,
lentilhas e comer de forma racionada, assim como beber a água.
O detalhe é que ele
deveria assar estes bolos ou pães com excremento humano para demonstrar que
aquele pão imundo seria seu alimento em resultado de seu abandono de Deus.
Ezequiel, sacerdote que era, clamou a Deus que o livrasse desse fardo, ao que
Deus lhe permitiu usar excremento de animais como combustível (Ezequiel 4).
Imagine que sabor teriam os pães assados em excrementos humanos; que aroma
seria exalado pelas casas da vizinhança. Pois, Israel comeu com desgosto deste
pão.
Nossa sociedade tem
abandonado os valores de Deus, os princípios da sua Palavra, a revelação das
Escrituras, os mandamentos de amor de Jesus, considerando-os ultrapassados e
desprezíveis. Há uma geração que desconhece a Deus e seu amor revelado em seu
Filho. Fico a pensar se já não estamos sofrendo o cerco do inimigo e colhendo
os frutos do abandono de Deus. A sociedade “come” uma programação repugnante
semelhante ao “pão imundo”, defumado pelo aroma e impregnado pelo sabor da m**da oriunda da criatividade intestina do
corrupto coração humano, a lama e o lodo dos perversos, presentes na produção
artística e musical de programas como este e outros, embalados com a beleza e o
requinte, mas sem que se altere o conteúdo: as fezes de seus corações, e o
ofereçam às multidões ansiando que degustem, engulam, digiram e, com orgulho,
arrotem caviar.
O fim disto está no
final do versículo: não haverá paz nem para quem prepara o “pão imundo” nem
para aqueles que o degustam, até que se arrependam e saibam que não foram
criados para essa degeneração de corpo, alma e espírito. Seus corações são como
mar agitado. Para eles não existe paz. O único que pode construir a Paz, na
alma é aquele que já tomou o “cálice de fezes” dos pecados da humanidade, Sl
75.8, Lc 22.42, entregando sua vida pura, sem nenhuma mancha ou iniquidade,
como sacrifício em nosso lugar, Jesus Cristo. Ele ressuscitou para que sua
vitória nos alcançasse e nos oferece uma mesa com alimentos puros, saudáveis:
Pão Vivo, Vinho, o Cálice da Salvação, Água Pura, Azeite e alimentos cujo sabor
e aroma sublimes serão admirados com gratidão por toda a eternidade no banquete
que ele já tem preparado para os que o amam.
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