“Mulher virtuosa quem a achará?” Pv.31.10-31
Devocional da Capelania
CRE – Centro Renovo de Educação – 11 de maio de 2009
Pr. Joubert de Oliveira Sobrinho
Segundo o autor do texto, a mulher virtuosa é procurada por não ser comum. Esta mulher é também mãe, como demonstra o texto. Além disso podemos ver em cada detalhe da vida desta mulher um paralelo com a vida da Igreja, a noiva de Jesus.
Trabalhadora voluntariosa que traz seu pão de longe, V.13,14.15.
A Igreja é uma mulher que trabalha para obter seu “pão de longe”. Jesus é o Pão Vivo proveniente do céu, Jo.6.33,48,50,51, isto é, ela busca um alimento que não nasceu nas mãos nem no coração dos homens, mas de Deus.
A mãe virtuosa procura manter sua casa suprida. Não há distância que seja tão grande para uma mãe que luta pelo sustento de sua família, que não significa apenas ao alimento cotidiano, mas às necessidades espirituais, mentais e emocionais.
Negocia propriedades rurais e, nelas, planta vinhas, v.16,24.
A Igreja foi chamada para “negociar”, Lc 19.31. O objetivo da “transação” é a compra de terras para seu esposo. A terra significa o coração das pessoas, Lc.8.15. Os valores que ela dispõe consistem em o Nome do Esposo, sua autoridade, poder (Espírito Santo), e o sangue, com o qual Jesus nos comprou para o seu reino. São valores suficientes para retirar vidas das mãos de Satanás, Lc.11.21,22. Além disto ela planta, nesta nova terra, uma vinha que significa o próprio Jesus, a videira verdadeira, Jo 15.1,2,5.
Que mãe não se preocupa com a qualidade do coração de seus filhos? A mãe virtuosa está consciente não quer o coração deles aprisionados a valores de outro proprietário. É a mãe que por muito tempo tem acesso aos corações dos filhos e pode sentir suas variações, avaliar intenções, antecipar seus pensamentos e sentimentos. A mãe cristã quer que o coração de seus filhos pertença a Jesus, o genuíno proprietário daquela terra.
É responsável em sua obra, v.17
O texto hebraico dá-nos a idéia de uma mulher que suspende parte de seu longo vestido prendendo-o na cintura, a fim de que seus pés fiquem livres para o trabalho. No livro de Cantares, a esposa desculpa-se por estar morena, explicando que passou muito tempo ao sol cuidando da vinha de sua família, e não teve tempo de cuidar de si mesma. Ela é uma mulher que põe a responsabilidade diante de seus próprios interesses e é consciente de suas imperfeições, Ct.1.5,6.
A mãe virtuosa é responsável, pois sabe que é causa de muitas ações e escolhas dos filhos. Consciente de suas imperfeições dá o melhor de si para que seus filhos façam as melhores escolhas e andem por bons caminhos.
Tem consciência da qualidade de seu trabalho, v.18.
O privilégio da Igreja está em experimentar as virtudes de Deus, viver pelo sacrifício e amor de Jesus. A Igreja tem a vida eterna por sua ressurreição; é liberta do pecado e da perdição e tem a oferecer ao mundo aquilo que já experimenta e vive. Ela sabe quão bom é estar em Cristo.
A mãe virtuosa percebe a importância de seus atos e escolhas; conhece o valor de tudo o que faz e o quanto suas escolhas refletem na vida de seus filhos.
Possui luz na escuridão, v.15a,18b.
A Igreja possui luz que não se apaga. Jesus a considera luz do mundo, Mt.5.14; Rm.13.12. O pecado põe trevas sobre o entendimento, Ef.4.18, a fim de que não se veja a luz, 2Co.4.4. As trevas também são os momentos difíceis da vida. Jesus, o esposo, é a fonte de luz da Igreja, Jo.8.12.
A mãe virtuosa sempre tem como iluminar o coração dos filhos em seus momentos de trevas. Alegra, conforta, consola, orienta com palavras ou sem elas. As mães nem sempre podem solucionar os problemas dos filhos, mas basta que “sejam”, basta que “estejam”, basta que brilhem sua luz para que alento ilumine o caminho de sua descendência.
Dedica-se a tecer vestidos para cobrir a nudez, v.19.
Esta mulher trabalha no tear (fuso e roca) produzindo tecidos que vão cobrir os corpos nus, Mt.25.36. A nudez é a vergonha do pecado, Gn 3.7; Ap.3.18. A Igreja deve fazer este trabalho proclamando a boa notícia da Graça, do perdão pelo sangue de Jesus, do conhecimento do amor de Deus que cobre multidão de pecados, Tg.5.19,20; 1Pe.4.8.
A mãe virtuosa, com amor, ensino e instrução, cinge seus filhos com vestidos de honra e os livra da vergonha das más escolhas futuras.
Atende ao carente, v.20
A Igreja de Jesus não pode ser insensível aos pobres e necessitados porque ela também o foi no passado. Faz parte do viver cristão atendê-los e alcançá-los, Mt.11.5; Lc.14.13. Os pobres foram escolhidos por Deus para serem ricos na fé e herdeiros do reino, Tg.2.5. A Igreja será elogiada por Jesus por atender aos necessitados e será lembrada que, assim agindo, sem saber, o fez a Jesus, Mt.25.37-40.
A mãe virtuosa sabe o que é olhar as necessidades dos outros. Conhece o que é carência, pois cuidou de (um ou mais) bebês inteiramente dependentes de seus cuidados. Sem o seu zelo a vida dos filhos estaria em risco.
Preserva o calor e veste-se de linho e púrpura, v.21,22
Outra versão diz que ela não teme o frio porque em sua casa todos andam vestidos de lã escarlata. A lã é a pele do cordeiro. Jesus partiu seu corpo por nós. É uma referência à comunhão do Sangue de Cristo, Jo.6.56; 1Co.10.16. A comunhão aquece. A falta de comunhão esfria a fé, por isso não devemos deixar de nos congregar, Hb.10.25. A falta de comunhão impede que nosso caráter seja aprimorado à semelhança de Cristo. O linho fino e púrpura significam respectivamente, a justiça dos santos, Ap.19.7,8; e a dignidade da realeza, vestes da nobreza, Lc.16.19; Jo.19.2, com que se vestem reis e sacerdotes, 1Pe.2.9.
A mãe virtuosa aquece com seu amor, sensibilidade e dedicação. Seu compromisso e aliança com sua família livram da frieza do mundo insensível. Ela procura cobrir seus filhos revestindo-os de Cristo porque, ela mesma, se veste de nobreza. A mãe virtuosa é rainha. Assim é vista por Deus e deve ser vista por seu esposo e filhos, Sl 45.9-11.
Seu esposo é conhecido entre juízes e anciãos, v.23.
A porta de uma cidade era o lugar onde os negócios eram fechados, as causas eram julgadas, as decisões tomadas, Rt.4.1,10,11. Os anciãos e juízes estavam ali. O esposo da Igreja, Jesus, é conhecido dos anjos, principados e potestades espirituais, Sl.24.7,9; Ap.4.4,11. Todos O conhecem por sua obra maravilhosa, 1Tm.3.16, e as obras da igreja apontam para ele.
A mãe virtuosa sabe da importância do papel do pai no coração de seus filhos, por isso engrandece o esposo por suas ações e o mantém em honra perante os filhos.
Veste-se de força e glória e é segura de seu futuro, v.25.
A força da Igreja vem do Espírito Santo, Ef.6.10; dele vem o poder, At.1.8. A Igreja se veste da glória do Espírito de Cristo, 1Pe.4.14; 1.8. Os cristãos não devem se preocupar com o amanhã, Mt.6.25,28. Nosso futuro está em Cristo e nossa perspectiva ultrapassa o curto período desta vida, 1Co.15.9.
A mãe virtuosa confia na capacitação do Espírito de Deus para validar seus esforços. Por esta razão sabe que seu trabalho não é vão. Confia de que o amanhã pertence a Deus e todos os dias entrega nas mãos de Deus o futuro de sua casa.
É discipuladora amorosa, v.26
A Igreja deve ensinar, fazer discípulos de Jesus enfatizando seus mandamentos, Mt.28.19. Para isto, deve se dedicar ao conhecimento da Palavra, Mc 12.24, Ef 4.21, 2Tm 3.15. Ela fala dos atos de bondade, fruto do amor do esposo que reveste sua vida.
A mãe virtuosa busca a sabedoria divina para ensinar seus filhos com palavras e exemplo. O padrão de excelência desta mãe não está unicamente na conduta humana que é imperfeita, mas na perfeição de Jesus o Filho de Deus que deixou seu exemplo para que o sigamos.
Administra os bens sem preguiça, v.27.
A Igreja necessita de organização, 1Co 14.40. Para isto Deus capacitou alguns para desempenharem especificamente esta função dentre outras, 2Co 12.28. O Presbitério da Igreja tem a responsabilidade de administrá-la.
A mãe virtuosa cuida dos valores de sua casa e preserva sua riqueza, não só material, mas espiritual e cultural. A preguiça é vício que não se coaduna com a virtude desta mulher.
É admirada pelos filhos e pelo esposo, v.28-30
Os filhos da Igreja são os cristãos que entendem o valor que Cristo dá a sua Esposa; amam-na como a uma mãe, admiram-na, reconhecem sua importância e suas virtudes. Alegram-se por estar e fazer parte dela, Sl.122.1. Não tem prazer em falar mal dela pois sabem que estão falando da esposa de Cristo. Jesus não só a admira como a louva, 1Co.4.5; 2Co.10.18. Todo o que ama a Jesus respeita sua Esposa.
O valor da mãe virtuosa é reconhecido pelos filhos. O resultado da dedicação é o constante reconhecimento de que ela é bem-aventurada, isto é, feliz, satisfeita. Seu esposo deve fazer o mesmo e reconhecer o valor da esposa, pois seus filhos refletirão também sua manifestação de amor. Saibam todos que Jesus Cristo é apaixonado por sua esposa, a Igreja, e que Ele a vê como uma esposa formosa, mulher linda e atraente. Sl.45.9-11.
Colhe do que plantou e será admirada por todos, V.31
O bom trabalho da Igreja a enriquece de bênçãos e virtudes. Será admirada pelos anjos e poderes celestiais. Suas obras serão comentadas entre eles e reconhecidas como dignas de louvor até mesmo nas portas do inferno, pois não podem prevalecer contra ela, Mt.16.18. Um exemplo está em At.19.13-16, onde Paulo é conhecido dos demônios.
A mãe virtuosa é perseverante e será reconhecida por seus esforços.
Jesus confia nela e a supre em tudo, v.11.
Para muitos isto é inacreditável, mas Jesus confia na Igreja. Ele sabe em quem investe. Sabe que o trabalho que fez não foi em vão, Is.53.10,11.
A mãe virtuosa conta com amparo divino. Foi escolhida para este propósito, portanto tem de Deus a capacitação para tal.
Ela só lhe faz bem sempre, v.12
A Igreja verdadeira somente trás bons motivos de alegria a Jesus
A mãe virtuosa é motivo de honra a Deus.
Mulher virtuosa, quem a achará? Jesus encontrou em sua Igreja, Jesus a encontrou em cada mãe. Assim como os cristãos podem achar estas virtudes na Igreja de Jesus, os filhos podem achar estas virtudes em suas mamães. Parabéns a todas as mamães por terem sido escolhidas por Deus para em sua vida representarem em menor escala todas as características do amor de Deus.
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